Maio de 2024 marcou o 12º mês consecutivo de temperaturas recordes na Terra, segundo dados divulgados na quarta-feira, 5, pelo observatório climático europeu Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
No mês passado, as temperaturas globais foram 1,52°C acima dos níveis pré-industriais, relata a Bloomberg. No Brasil, uma onda de calor anormal dominou a região central do país, o que impediu o avanço das chuvas que causaram tragédia no Rio Grande do Sul pelo continente afora.
A divulgação dos novos dados foi feita para coincidir com um discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, pedindo maior ambição para as questões climáticas na cúpula do G7, que acontece na Itália entre 13 e 15 de junho.
“Somos o meteoro. Estamos brincando de roleta russa com o nosso planeta. No último ano, a cada virada do calendário, a temperatura aumentou. Nosso planeta está tentando nos dizer algo, mas não parece que estamos ouvindo. Estamos quebrando recordes de temperatura global e colhendo a tempestade. É hora de agir. Agora é o momento de mobilizar, agir e entregar resultados”, disse secretário-geral da ONU, António Guterres.
A Folha destaca que foi o 11º mês consecutivo, desde julho de 2023, em que a média global de temperaturas foi igual ou superior a 1,5°C – limite para o aumento da temperatura do planeta com o qual os países se comprometeram no Acordo de Paris, em 2015. Com isso, a média entre junho de 2023 e maio de 2024 foi a mais elevada já registrada: 1,63°C acima do nível pré-industrial.
Já a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) afirmou que agora há uma chance de 80% de que pelo menos um dos próximos cinco anos marque o primeiro ano civil com uma temperatura média que temporariamente exceda 1,5°C acima dos níveis pré-industriais – no ano passado, era 66%, explica a Reuters. E não para aí: a entidade estima 47% de chance de que todos os anos entre 2024 e 2028 excedam o teto do acordo climático.
A entidade destaca que não significa que a Terra já ultrapassou definitivamente a barreira do aquecimento de 1,5oC, mas serve de alerta. Para que o limite seja considerado definitivamente superado, é preciso que ele se repita de forma consistente, em intervalos temporais bem maiores.
“A OMM está soando o alarme de que excederemos o nível de 1,5°C de forma temporária com frequência crescente. Já superamos temporariamente esse nível em meses individuais e, de fato, como média durante o período mais recente de 12 meses”, disse a secretária-geral adjunta da organização, Ko Barrett.