Por Fabrício Queiroz
A expectativa pela realização da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) em Belém, em 2025, é alta. As obras na cidade, os discursos de autoridades e a própria população fala cada vez mais no evento que deve representar um novo marco para a agenda climática global. Além da importância política para o futuro do planeta, a COP30 deve ajudar a fortalecer o turismo e a vocação do Pará para atividades econômicas em sintonia com a natureza.
O indicativo disso está nos números. Em 2023, o turismo paraense cresceu 13%, atraindo mais de 1 milhão de pessoas e gerando uma receita de R$ 750 milhões, de acordo com pesquisa da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Pará. Os dados deste ano ainda serão apurados, mas as projeções já sinalizam que 2024 e 2025 terão desempenhos ainda melhores, superando os índices pré-pandemia.
Em entrevista ao Pará Terra Boa, Everson Costa, supervisor técnico Dieese-PA, relatou que o estado tem observado uma evolução constante do setor com maior movimentação econômica, aumento da empregabilidade, crescimento do número de visitantes brasileiros e estrangeiros e melhor estruturação da rede de serviços. O conjunto desses fatores somado à grande visibilidade que o Pará conquistou colocam o turismo como uma atividade em destaque.
“Com certeza ultrapassaremos novamente a marca de 1 milhão de visitantes. Estamos em uma trajetória de crescimento no setor de serviços. Sem dúvida, 2024 será o melhor ano para o setor desde 2019, que é o marco pré-pandemia, e, em 2025, será um ano de consolidação e crescimento maior por causa da COP”, afirma o pesquisador.
Para alcançar esse resultado, contribuem ainda os investimentos realizados em diferentes setores, como a ampliação da rede hoteleira, visando o alto padrão exigido pelas delegações estrangeiras, assim como as obras em áreas em pontos turísticos e de mobilidade urbana.
“Estamos vivendo um momento de grandes obras tanto para acolhimento quanto para criação de novos espaços turísticos de visitação. É uma ampliação do portfólio que pode nos ajudar a consolidar nosso lugar enquanto um produto turístico internacional”, pontua.
Na esteira da conferência sobre mudanças climáticas, segmentos como o turismo de negócios, feiras e eventos, o turismo ecológico e o turismo cultural devem ser mais valorizados. Porém, na avaliação do Dieese, é possível que o impacto vá para além do evento e ajude a consolidar a vocação que o Pará tem para a área.
“Temos muito a aprender com o que acontece com o Círio que vem crescendo em termos de festa, de organização e com outras atividades relacionadas. Temos uma grande oportunidade de expansão e visibilidade para a melhoria da nossa rotina de produto turístico. A partir desse evento temos a oportunidade de ouro de colocar de vez o estado no mapa internacional do turismo e fidelizar um público com atividades que valorizam a cultura e a natureza. A oportunidade está nas nossas mãos”, analisa Everson Costa.