Belém já vive a contagem regressiva para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Nesta sexta-feira, 28, o relógio instalado ao lado da sede do Governo do Pará anuncia que faltam exatamente 500 dias para o evento, que será realizado entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. A expectativa é grande para as decisões que serão tomadas aqui e vão repercutir no mundo todo.
Enquanto isso, a cidade e o estado dão andamento às obras planejadas que devem dar uma nova cara para a cidade e gerar transformações que vão além do evento. Levantamento do G1 Pará aponta que há 13 obras sendo executadas, sendo sete da administração estadual e seis da prefeitura, que somam mais de R$ 4 bilhões em investimentos.
Entre os projetos estão a criação de marque lineares na Nova Doca e na Avenida Tamandaré, a construção do Porto Futuro II, onde funcionará um novo empreendimento hoteleiro e o Museu das Amazônias, e do Parque da Cidade, que ocupará uma área de 500 hectares, onde deve ser concentrada a programação da COP30. Após a conferência, o espaço será mais um dedicado ao turismo, à gastronomia, ao lazer e à economia criativa. De acordo com a reportagem, esta é a obra mais cara do evento, com orçamento de R$ 980 milhões.
As intervenções pensadas para a COP incluem ainda investimentos em saneamento urbano, com expansão da rede de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto; obras de macrodrenagem em bacias da área periférica, como o Tucunduba; e melhoria de vias e serviços de mobilidade.
“Estamos requalificando a cidade, melhorando a vida de 2,3 milhões de pessoas que vivem e trabalham na região metropolitana. Essas pessoas poderão ter uma cidade que passou por profundas transformações, resultado do investimento de 4 bilhões de reais em infraestrutura, mobilidade, desenvolvimento urbano, conectividade e turismo. São ações que irão gerar emprego, renda e trazer desenvolvimento para todo o estado do Pará”, afirmou à Agência Pará o governador Helder Barbalho.
Bioeconomia
Além de melhorias em infraestrutura, o estado também aposta nos resultados de uma política pensada para conciliar a proteção da floresta com o desenvolvimento socioeconômico e as necessidades das populações locais. Os resultados que apontam queda no desmatamento no estado são avanços nesse sentido, porém o Pará busca atuar também como um indutor do desenvolvimento.
“É importante que a gente não invista apenas em controle e fiscalização, porque se você não der uma alternativa para fazer uma transição do uso do solo nós sempre estaremos agindo apenas como um estado policial, fiscalizatório. Precisamos criar um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável para todas as pessoas que moram ali. A floresta viva precisa valer mais do que a floresta morta”, defende o governador.
Para isso, o estado elaborou um Plano de Bioeconomia, que fomenta iniciativas socioambientais, como o trabalho de cooperativas e atividades econômicas de baixa emissão de carbono. O fortalecimento desse setor deve ser decisivo para que o Pará alcance a meta de zerar suas emissões até 2035 e dê um exemplo para o mundo de como crescer economicamente com respeito à natureza, aos povos tradicionais e à biodiversidade.
“Belém está a 500 dias de se tornar a capital mundial do debate climático, mas para nós a COP já começou. Todas as tomadas de decisões que nós estamos fazendo a partir da oportunidade de ser sede da COP são para deixar um legado para a Amazônia, para os povos da floresta e para Belém, como cidade-sede do evento”, ressalta Helder Barbalho.