No centro de Belém, no bairro de Nazaré, se destaca um espaço com 5,4 hectares de área verde que remete à história da cidade e da ciência na Amazônia. Esse é o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi que completa 129 de anos de existência nesta quinta-feira, 15, feriado da Adesão do Pará à Independência do Brasil. É o mais antigo parque deste gênero no país.
Para celebrar o aniversário, a instituição realizou uma programação com atividades educativas e de divulgação científica, com apresentação de recursos didáticos que abordam as memórias do público e do Museu com a sociedade, os animais ícones da história do parque e os exemplares da fauna e da flora que mais se destacam pelo seu tamanho, idade ou peso.
Além disso, o público visitante pode cantar os parabéns em volta do tradicional bolo de flores, que é um arranjo feito com mudas e flores das espécies amazônicas presentes no Parque, e ainda levar uma fatia como lembrança.
Partindo do tema “As memórias contam histórias”, o objetivo da programação foi de valorizar a relação afetiva que a população da cidade tem com a instituição a partir do parque, que se tornou referência na exposição da fauna e flora amazônicas desde o final do século XIX.
“No geral, quando as pessoas falam em museu aqui elas associam automaticamente ao Goeldi, por ser uma instituição muito antiga. Têm duas, três gerações da mesma família que visitam o parque. Então elas têm uma relação de muita proximidade com o parque e com as lembranças que o parque traz ainda dessa infância”, disse o coordenador de Museologia do Museu Goeldi, Emanoel Fernandes Jr. ao portal O Liberal.
Patrimônio científico
Além de uma importante área verde e espaço de lazer, o Parque Zoobotânico funciona como um ponto de mediação entre a ciência e a sociedade. A exposição permanente “Diversidades Amazônicas”, por exemplo, apresenta ao público artefatos arqueológicos, fósseis, objetos da cultura material dos povos indígenas, mapas, recursos interativos e outros materiais que exemplificam o trabalho de pesquisa realizado pelo Museu Goeldi nas áreas de Zoologia, Botânica, Linguística, Antropologia e Ciências da Terra e Ecologia.
Vale ressaltar ainda que o próprio parque também é reflexo dessa história da instituição e da cidade com a ciência produzida na Amazônia, sendo formado espécimes coletados em diversas expedições científicas realizadas na região nos últimos séculos.
“A área toda do Parque foi implantada ao longo desse tempo todo por diversos botânicos que iam a campo, traziam plantas vivas e introduziam lá. Isso faz com que o parque seja uma área altamente diversa nos seus 540 mil metros quadrados, com mais de 500 espécies de plantas”, explicou ao G1 Pará o historiador Nelson Sanjad.
O Parque Zoobotânico conta com 100 espécies de animais, 3 mil espécimes de árvores, 14 prédios históricos tombados, além do mais antigo aquário público do país como principais atrações. Por ano, o espaço recebe cerca de 300 mil visitantes.