Mudanças climáticas aumentaram em até 20 vezes as chances de ocorrência de condições favoráveis para incêndios florestais sem precedentes na Amazônia Ocidental entre março de 2023 e fevereiro de 2024, destaca 1º relatório State of Wildfires, publicado na Earth System Science Dat,a na quarta-feira, 14.
O estudo mostra alterações de comportamento nas queimadas sob influência das mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas. A Amazônia é uma das regiões do planeta que mais sofreram impactos significativos nesse sentido.
Na Amazônia, a probabilidade atual de eventos de fogo e seca como os de setembro a outubro de 2023 é de cerca de uma a cada seis anos (16%), mostra o relatório. Em um cenário em que as emissões de gases estufa permaneçam altas no planeta, essa chance aumenta para 21% até a década de 2090.
“É virtualmente certo que a força climática total aumentou a área queimada na Amazônia ocidental em até 49,7%, e muito provavelmente que fatores socioeconômicos exacerbaram o aumento”, aponta o estudo.
Ainda segundo a pesquisa, a temporada de incêndios na região foi impulsionada por secas prolongadas, mas ações antrópicas, como desmatamento, agricultura e fragmentação de paisagens naturais, também tiveram influência.
A equipe de 44 pesquisadores aponta que o fogo ficou mais violento em todo o planeta. Apesar da área global queimada ter sido próxima à média de anos anteriores – cerca de 3,9 milhões de km2, quase 60% de todo o território amazônico –, as emissões por incêndios ficaram 16% acima da média. Foram 8,6 bilhões de toneladas de CO2 – quase quatro vezes as emissões anuais brasileiras, incluindo todos os setores, como transportes e indústria, destaca o UOL.