Lideranças indígenas kayapós se reuniram com a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), na sede do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em Brasília, para discutir a retirada dos invasores da Terra Indígena. responsáveis por fazer da região uma das mais devastadas pelo garimpo ilegal.
O território dos Kayapós faz parte da lista de terras indígenas para desintrusão, em cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (ADPF709/2020), segundo a Sepi.
Durante a discussão, a secretária da Sepi, Puyr Tembé,, afirmou o Governo do Estado está disponível para construir, junto com as lideranças e as instituições parceiras, as formas de garantir, viabilizar a proteção do território e manter a floresta em pé.
Para ela, é necessária uma gestão indígena que facilite a presença dos próprios indígenas, na construção de um plano estratégico, para manter o foco no objetivo de destituir garimpeiros destes territórios.
“Não estamos falando de uma única aldeia, estamos falando de um território. Ele é de quem esteve antes, de quem está agora e, principalmente, de quem está por vir. Por isso, é preciso fazer um esforço coletivo para garantir vigilância e proteção deles”, disse.
Uma das lideranças presentes, Niti Kayapó, ressaltou a importância da preservação não só das florestas, mas também dos rios da região, que estão contaminados por mercúrio, produto químico altamente tóxico, responsável também por prejudicar a saúde das pessoas
“Nós precisamos ter um rio limpo, para tomar banho. As crianças tomam banho, bebem dessa água. A gente precisa cuidar do rio. Como que vai ficar? Tem que ter uma coisa certa pra gente passar a informação para a comunidade”, disse.
Em abril deste ano, a Funai assinou, como forma de esforço nos processos de regularização das terras indígenas no Pará, um protocolo de Intenções com órgãos do Governo do Estado e a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa). O documento celebra um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com objetivo de coordenar, elaborar, revisar e implementar os Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) e outros meios de gestão com os povos afetados por crimes ambientais.