Entre 21h de terça, 27, e 20h59 de quarta-feira, 28, a Amazônia viveu suas 24h com maior número de queimadas no ano. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram 2.433 focos de calor, ou seja, mais de 100 por hora.
O número, é superior ao registrado no chamado “dia do fogo”, em 11 de agosto de 2019, quando foram anotados 2.366 focos, aponta o UOL.
Naquela data, uma série de incêndios florestais foram praticados por fazendeiros no município de Novo Progresso (PA) —que começaram, na verdade, no dia anterior. Cinco anos depois, ninguém foi punido pelo caso e ainda os criminosos conseguiram crédito do Governo Federal.
Nesse ritmo, antes mesmo de acabar, agosto com 31.130 foco de calor registrados deve superar os números de 2022, quando foram anotados 33.116 casos. No, Pará, a situação também é preocupante: de julho a agosto o número de queimadas saltou de 3.265 focos para 10.217.
Desde janeiro, na Amazônia, foram 56,053 focos de calor registrados.
Investigação
A Polícia Federal informou ter aberto 32 inquéritos para apurar incêndios em biomas brasileiros, incluindo a Amazônia e o Pantanal. Os próximos passos incluem o envio de peritos especializados aos locais afetados e o uso de tecnologia avançada para identificar os pontos de origem dos incêndios.
“A PF está empenhada em identificar não apenas os autores materiais, mas também os possíveis mandantes, buscando correlacionar esses crimes ambientais a outros delitos conexos, para que todos os envolvidos respondam por todos crimes praticados, garantindo assim a devida responsabilização”, diz a corporação.
Mais brigadistas
No mesmo dia em que se registrou o recorde queimadas na Amazônia, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou no Diário Oficial portaria para contratação de 2.227 brigadistas para combaterem incêndios florestais em todo o Brasil. Até o momento, já foram enviados a campo 1.907 profissionais, incluindo chefes de brigada e chefes de esquadrão contratados por meio de portarias anteriores deste ano.
As brigadas federais temporárias atuarão em diversos municípios distribuídos em 19 estados e no Distrito Federal para prevenção e combate aos incêndios florestais prioritariamente em áreas federais, como Terras Indígenas, Unidades de Conservação federais e assentamentos.
Total de contratações por Unidade da Federação até o momento:
- Acre: 46
- Amazonas: 102
- Amapá: 57
- Bahia: 102
- Ceará: 40
- Distrito Federal: 95
- Goiás: 136
- Maranhão: 206
- Minas Gerais: 29
- Mato Grosso do Sul: 145
- Mato Grosso: 304
- Pará: 153
- Pernambuco: 84
- Piauí: 69
- Paraná: 16
- Rio de Janeiro: 39
- Rondônia: 116
- Roraima: 192
- São Paulo: 27
- Tocantins: 269.