Três territórios indígenas na Amazônia -Kayapó (PA), Munduruku (PA) e Sararé (MT), -, já sob forte pressão de garimpo ilegal, registraram aumento significativo de queimadas em agosto. A combinação da invasão e dos incêndios coloca em risco as comunidades tradicionais. Segundo a Folha de S. Paulo, juntas, elas tiveram 1.111 focos de calor em 28 dias de agosto.
A Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará, é o território tradicional com maior área ocupada por garimpos ilegais de ouro. Até o dia 28 deste mês, teve 746 focos de calor, detectados por satélites usados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No sudoeste do Estado, a TI Munduruku ocupa o segundo lugar, com 217 focos de calor. Em extensão de áreas invadidas, o território é o segundo com maior exploração garimpeira ilegal no País.
Já terra indígena Sararé, que foi superinvadida por garimpeiros no ano passado, registrou 148 focos de calor em 28 dias.
No dia 19 de agosto, lideranças indígenas kayapós se reuniram com a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), na sede do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em Brasília, para discutir a retirada dos invasores do território. responsáveis por fazer da região uma das mais devastadas pelo garimpo ilegal.
O Supremo Tribunal Federal (STF) homologou novos planos de desintrusão que visam a retirada de invasores de terras indígenas do Pará.
De acordo com dados dos últimos dez anos, o ano com mais incêndios nessas terras indígenas foi 2020, com 249 focos de calor ao todo, uma quantidade bem inferior aos 1.111 focos em agosto de 2024.