Por Fabrício Queiroz
Os ministros do Turismo das 19 maiores economias do mundo, da União Europeia e da União Africana estão reunidos em Belém nesta semana para a última rodada de debates G20 Turismo. Nesta sexta-feira, 20, os representantes dos países trataram de temas como sustentabilidade, parcerias entre os setores públicos e privados e turismo gastronômico em um evento que contou ainda com a participação da ONU Turismo e do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).
Coordenador do GT de turismo durante a presidência brasileira do G20, o ministro Celso Sabino informou que os pontos principais da discussão envolvem a infraestrutura das cidades, a captação de recursos e investimentos para o setor, a sustentabilidade como tema transversal para o desenvolvimento e turismo resiliente, que envolve as medidas que os governos devem adotar diante de situações de catástrofes climáticas que inviabilizam parcial ou totalmente as atividades turísticas.
“As discussões ocorreram desde o começo do ano no grupo de trabalho específico do turismo. A aderência foi muito boa, com participação de países como a Rússia, China e Índia, todos com muitas sugestões e contribuições a dar. Eu tenho certeza que a presidência do G20 vai ser concluída com sucesso, com muitas recomendações e realizações”, afirmou Celso Sabino, destacando que as resoluções finais serão divulgadas em documento chamado Carta de Belém neste sábado, 21.
No momento atual em que a Amazônia enfrenta uma elevação do número de focos de queimadas combinada com os impactos de uma estiagem severa, afetando inclusive regiões turísticas como o oeste do Pará, além dos impactos já registrados após a catástrofe no Rio Grande do Sul, o ministro ressaltou que a temática da resiliência se torna cada vez mais prioritária para garantir a sobrevivência de muitos negócios
“Nós vamos publicar uma portaria para liberar o Fungetur (Novo Fundo Geral para o Turismo) para os empreendimentos que foram afetados ou estão sendo afetados por esses eventos”, adiantou o ministro.
Importância do turismo
Durante o encontro, representantes de diferentes países e líderes de organizações globais trataram ainda do cenário atual e das perspectivas para o setor, que é apontando como um vetor para o desenvolvimento socioeconômico. A presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), Julia Simpson destacou, por exemplo, o impacto que a atividade já tem para o Brasil, sendo responsável por 8 milhões de empregos e com perspectivas de gerar cerca de US$ 1,7 bilhão neste ano.
“O turismo é uma força profunda para o progresso social. Vivemos em uma época na história em que o turismo está criando muitas oportunidades para a prosperidade, para aqueles que o abraçam. Globalmente, o turismo está crescendo o dobro da média do produto interno bruto. Isso gera mudanças para mulheres, jovens e grupos diversos”, acrescentou Julia Simpson abordando o impacto social que a atividade possui.
Na mesma linha de pensamento, o presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo, Ahmed Al Khateeb disse que o turismo é uma estratégia a ser incentivada em áreas rurais como forma de aumentar a renda e diminuir as desigualdades, assim como é um setor capaz de dinamizar as economias de países em desenvolvimento da mesma forma como ocorre nas nações já desenvolvidas.
Para ele, as perspectivas atuais são positivas já que os números indicam a retomada aos mesmos patamares pré-pandemia e apontam para os benefícios que o setor traz para áreas como a igualdade de gêneros, redução da pobreza e alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).