A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou, na segunda-feira, 23, situação de escassez hídrica no Rio Tapajós, mais especificamente no trecho compreendido entre as cidades de Itaituba e Santarém, onde os níveis atingiram 1,19m e 1,15m, respectivamente. A medida, válida até 30 de novembro, visa a aumentar a segurança hídrica da região e mitigar os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água.
De acordo com os institutos de climatologia, de outubro de 2023 a agosto de 2024 houve chuvas abaixo da média, tendência que continua no atual período seco. E previsão é de que a situação pode piorar nos próximos meses, pelo menos até outubro. Em relação à cota de alerta de escassez hídrica que é de 2,10m, o nível do rio Tapajós em Santarém já está abaixo 95cm.
De acordo com dados da Defesa Civil Municipal, o nível do Rio Tapajós está 1,33m abaixo da marca registrada na mesma data de 2023.
A falta de chuva afetou os níveis do rio, especialmente no trecho entre Itaituba e Santarém, onde as vazões atualmente estão abaixo dos mínimos observados no histórico. Como resultado, os usos da água estão sendo impactados, principalmente a navegação e as estruturas de captação.
Transporte
O transporte de cargas desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico e social da região amazônica, particularmente na Hidrovia do Baixo Tapajós. A carga transportada em 2023 foi de cerca de 14,6 milhões de toneladas, o equivalente a 11% da carga total transportada em vias interiores, destacando-se milho (45%) e soja (45%).
Além de possibilitar o escoamento de cargas, os rios são as principais vias de acesso para muitas comunidades amazônicas, permitindo o deslocamento para serviços essenciais como saúde e educação.
Para que serve a declaração?
Além de aumentar a segurança hídrica da região e mitigar os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água, a declaração busca comunicar à população a gravidade da situação de seca na região, permitir que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no Rio Tapajós adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diversos usos da água e sinalizar aos usuários que a ANA, se necessário, poderá alterar regras de uso da água e adotar outras medidas.