O mais recente relatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) comprova o avanço da seca pelo Pará. De acordo com o monitoramento divulgado na última sexta,11, todos os 1.248.000 km² de área do estado estão sob influência da seca em algum nível. O impacto só não é maior do que no Amazonas, que tem uma extensão territorial maior de 1.571.000 km².
Os dados são referentes aos meses de julho e agosto e mostram a retomada do cenário mais crítico da seca, que só alcançou proporção semelhante em novembro de 2023. Segundo a ANA, houve uma intensificação da seca no estado com o avanço da seca grave de 1% para 3% no estado. É o cenário mais severo registrado recentemente, perdendo apenas para janeiro de 2024, quando 8% do estado estava em situação de seca grave.
A tendência, no entanto, é que a crise alcance novas proporções, já que em regiões como o oeste do Pará a estiagem costuma atingir o pico entre novembro e dezembro. Em Santarém, o nível do Rio Tapajós recua a cada dia. Na última sexta-feira chegou a 7 cm, um nível 53 cm abaixo do mesmo dia de 2023. Já nesta segunda-feira, 14, a medição da ANA registrou apenas 2 cm. Já em Itaituba, o nível varia de 85 a 90 cm desde o final da semana passada.
Nas regiões banhadas pelo Rio Xingu, a estiagem avança em diferentes pontos e já compromete a geração de energia na Usina de Belo Monte. Em Altamira, o nível caiu de 2,52 metros na sexta para 2,39 metros hoje. No município de Porto de Moz, o recuo foi de 1,16 metro para 99 cm no mesmo período.
Grupo de apoio
Diante disso, uma força-tarefa envolvendo as defesas civis municipais, estadual e federal já está atuando em áreas críticas de Santarém. O Grupo de Apoio a Desastres (GADE) do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) chegou ao município na última semana e já se reuniu com autoridades locais para alinhar estratégias e respostas às necessidades das comunidades afetadas.
Entre as ações previstas, estão o fortalecimento da articulação entre os sistemas estadual e municipal de Proteção e Defesa Civil e o apoio na captação de recursos federais, necessários para enfrentar o desastre e acelerar a resposta aos pedidos por verbas. De acordo com a pasta, o esforço conjunto busca atender às necessidades imediatas, assim como estabelecer um plano de ação contínuo que possa garantir maior resiliência dos municípios frente aos eventos climáticos futuros.
Saiba como ajudar
O Pará Terra Boa une-se à campanha do Projeto Saúde & Alegria (PSA) em apoio aos povos ribeirinhos, indígenas, quilombolas e extrativistas, afetados pela seca severa que atinge a região do Baixo Amazonas. A campanha, que está sendo possível graças à parceria com organizações e movimentos sociais, inclui a distribuição de filtros de nanotecnologia para comunidades isoladas pela estiagem. Estes filtros, acoplados a baldes, promovem um verdadeiro milagre: transformam a água barrenta em potável.
E você pode ajudar, acessando o link:
https://www.doebem.org.br/organizacao_recomendada?org=saude_alegria&lang=pt