O Ministério Público Federal instaurou procedimento para acompanhar as medidas adotadas pelas instituições de segurança pública e de controle da atividade policial diante das mortes de trabalhadores rurais ocorridas na Operação Fortis Status, realizada na Fazenda Mutamba, em Marabá, no Pará, na última sexta-feira, 11.
Além de solicitar informações a órgãos públicos e a organizações que atuam na defesa de direitos humanos, o MPF pediu à Polícia Federal do Pará a realização de exames residuográficos e demais perícias necessárias nos corpos dos dois trabalhadores sem-terra mortos durante a operação.
O exame residuográfico analisa a presença de vestígios de elementos químicos provenientes do disparo de armas de fogo. Esses exames periciais são fundamentais para que seja esclarecido, com maior segurança, o contexto em que ocorreram as mortes, principalmente se houve ou não resistência armada e disparo de arma de fogo pelas vítimas
O MPF solicitou ainda ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) apoio e acompanhamento para a realização, pela PF, dessas perícias. No sábado, representantes do MPF estiveram no IML de Marabá para garantir que o corpo que ainda estava lá não fosse liberado até a realização da coleta do material para perícia pela Polícia Federal.
Na segunda-feira, 14,movimentos sociais publicaram uma nota coletiva denunciando o que eles chamam de “morte, tentativa de assassinato e tortura de trabalhadores rurais”. A nota, assinada por sete associações, entre elas a Comissão Pastoral da Terra (CPT), afirma que a operação “Fortis Status”, realizada na fazenda Mutamba, deixou dois homens mortos, identificados como Adão Rodrigues de Sousa, e Edson Silva e Silva, além de feridos. Quatro pessoas foram presas.