O Brasil deu mais um passo para alcançar a meta de desmatamento zero. No período de agosto de 2023 a julho de 2024, a área desmatada na Amazônia foi de 6.288 km², o que representa uma queda de 30,6% no comparativo com igual período do ano anterior e a menor área total afetada em nove anos.
Os dados divulgados na noite desta quarta-feira, 6, foram calculados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) por meio do sistema Prodes, que constatou também a redução do desmate no Pará em 28,4%. Entre agosto de 2022 e julho de 2023 o desmatamento atingiu 3.299 km², enquanto que no período seguinte caiu para 2.362 km². Outros estados da região também tiveram reduções expressivas, como Amazonas (29%), Mato Grosso (45,1%) e Rondônia (62,5%).
No mesmo período, caiu também o desmatamento no Cerrado, que fechou o ano Prodes com 8.174 km², afetados, a menor área atingida desde 2019. Isso representa um recuo de 25,7% e a primeira redução da taxa no bioma em quatro anos.
Às vésperas da COP29, que será realizada a partir de 11 de novembro em Baku, no Azerbaijão, as evidências de que a devastação recuou também ajudam o país a se posicionar como referência na agenda climática global. As estimativas apontam, por exemplo, que a queda do desmatamento nos dois biomas implica em uma redução nas emissões de gases de efeito estufa de 400,8 milhões de toneladas de CO2.
“Não existe um setor ou até mesmo um país que consiga fazer uma redução dessa magnitude em um período tão curto de tempo como esse que nós estamos conseguindo”, destacou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Para ela, o resultado se deve à construção de uma política que combina as ações de comando e controle com agendas positivas nos campos da bioeconomia e da regularização fundiária e ambiental, Nesse sentido, o governo entende que o trabalho de fiscalização não pode ser a única linha de atuação do governo, porém é essencial para combater a ilegalidade e criar condições favoráveis para atividades produtivas de base sustentável.
“É uma política de Estado e uma contribuição para nós mesmos e para o mundo no contexto em que o problema da mudança do clima já é uma realidade avassaladora”, defendeu a ministra.
Durante a cerimônia de anúncio dos dados que foi realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o Governo Federal assinou o pacto para a prevenção e controle do desmatamento e de incêndios no Cerrado e nos estados da região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
O programa prevê ações conjuntas com os estados para reforçar a identificação e aplicação de sanções contra desmatamento ilegal nas propriedades rurais da região e a elaboração de uma estratégia para a conservação da água e da vegetação nativa nos diferentes nessas regiões.