Era de se esperar: a COP30, que Belém recebe em 2025, está em todos os discursos de participantes da COP29, que acontece até dia 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão.
O vice-presidente e chefe da delegação brasileira na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças Climáticas (COP29), Geraldo Alckmin, disse ser fundamental os países conseguirem atingir os objetivos previstos nesta edição do evento para haver sucesso na próxima edição, a COP30, que acontecerá no Brasil.
“O sucesso da COP29 é parte fundamental para o sucesso da COP30 – que teremos orgulho de sediar em Belém, no Brasil – e para a resposta global à mudança no clima. A omissão de agora custará muito para o depois”, afirmou, durante discurso.
Ele afirmou que a conferência de Baku aspira a definir o novo objetivo de financiamento climático.
“Esse objetivo deve ser ambicioso, de modo a limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius. Baku tem também desafio de finalizar as negociações do mercado de carbono e orientar o caminho para a implementação dos compromissos históricos atingidos na COP28, em particular sobre energia e florestas”, acrescentou.
Já minsitra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Maria Silva, afirmou que se a COP29 é a das finanças, a do dinheiro, a COP30, em Belém, será a da implentação.
“Nós chegamos a Baku como aquele que têm a expectativa de sediar a COP30, a COP da implementação. Durante muito tempo, nós trabalhamos processos, nós trabalhamos a criação de estruturas e regramentos que são altamente necessários. Mas agora nós estamos vivendo o limiar das mudanças climáticas e é fundamental que tudo que acumulamos ao longo de mais de três décadas possa se traduzir em implementação. E o Brasil será a sede desse esforço; qual é o maior indicativo desse esforço? Serão as NDCs ambiciosas, à altura da missão 1.5ªC.
Para a ministra, o Brasil tem que combater a desigualdade e proteger a biodiversidade para que seja próspero, responsável e democrátivo. Ela afirmou que, em seus 8 milhões de km2, há lugar para os indígenas, os extrativistas, o agronegócio, a indústria, desde que sejam sustentáveis.
“É preciso que a gente faça o mapa do caminho da transição para o fim do uso de combustível fóssil, que a gente faça o caminho para o fim do desmatamento e que ninguém fique para trás”.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, também presenta na abertura do pavilhão, defendeu que o Brasil é protagonista na discussão sobre a sustentabilidade e mudanças climáticas e que os pequenos negócios não podem ficar de fora do debate.
“O Brasil é observado pelo mundo. Só nós temos seis biomas, incluindo a Amazônia, e é o Brasil que vai receber este debate no ano que vem (…) Os pequenos negócios estão aqui para poder se inserir no contexto da sustentabilidade, da economia globalizada, da inovação, para que possamos fazer com que a vida também se modifique para aqueles que são a pujança da economia brasileira, representam 95% das empresas do nosso País e são responsáveis pela grande maioria dos empregos formais criados”, disse.
Com Estadão Conteúdo