“Conto com todos para fazer de Belém a COP da virada”. Com essas palavras, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta terça-feira, 19, a 3ª Reunião de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro . O chamado ocorreu no contexto de um encontro dedicado à discussão sobre desenvolvimento sustentável e transição energética e alerta tanto sobre os rumos das negociações na COP29, em Baku, quanto sobre as expectativas para a Conferência do Clima que ocorrerá em Belém no próximo ano.
Em seu discurso, Lula cobrou os países desenvolvidos para que entreguem novas metas de redução de emissão de gases do efeito estufa alinhadas com o objetivo de conter o aquecimento do planeta em 1,5ºC. O G20 é composto pelas nações com as maiores economias do mundo que, juntas, respondem por cerca de 80% das emissões na atmosfera.
“Nossa bússola continua sendo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse é um imperativo da justiça climática. Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podemos dar um passo a mais. Aos membros desenvolvidos do G20, proponho que antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045. Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais”, declarou.
Em outro ponto, o presidente salientou a questão do financiamento climático, que é um dos principais temas em debate durante a COP29. A expectativa é que em Baku saia uma atualização dos valores que devem ser repassados para ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, porém países ricos e emergentes ainda não chegaram a um consenso. Atualmente, o compromisso é de US$ 100 bilhões por ano, mas, como Lula ressaltou, é preciso chegar à casa dos trilhões.
“Não podemos adiar para Belém a tarefa de Baku. A COP30 será nossa última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático”, enfatizou o presidente, reforçando o convite para mais avanços nessa agenda.