O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Governo do Pará comunicaram que adotarão medidas para identificar as causas e análisar os impactos da mortandade de peixes na região de várzea do Rio Amazonas, em Santarém (PA). O caso que aconteceu na comunidade de Igarapé do Costa foi revelado pela Folha na segunda-feira, 25.
Toneladas de peixes, jacarés, tartarugas e arraias morreram em Santarém, causando grande impacto em comunidades locais. A seca extrema, que assola a região há dois anos consecutivos, é apontada como uma das principais causas do problema.
Em nota enviada ao jornal, o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, liderado por Marina Silva, afirmou que destinará um navio de pesquisa para avaliar os impactos da seca na biodiversidade. Já a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) enviou uma equipe para monitorar a qualidade da água na região.
“Nossa equipe de monitoramento da qualidade de água trouxe os equipamentos para cá e conseguimos identificar que a água está com a temperatura elevada e sem oxigênio. Nosso núcleo de monitoramento meteorológico prevê que a partir da segunda quinzena de dezembro a gente começa a ter a normalização das chuvas por aqui, o que vai aos poucos reconstruir o ambiente de vida desses peixes”, disse à Agência Pará o secretário de Meio Ambiente, Raul Protázio, que também se deslocou até o local da tragédia.
De acordo com informações coletadas pela Semas junto aos moradores, os peixes pararam de morrer em grande quantidade como foi apurado na reportagem da Folha, porém os animais estão impróprios para o consumo, o que traz um grande impacto para a subsistência e a renda da comunidade.
Para garantir o apoio necessário nesse momento, a Defesa Civil vem fornecendo água potável e cestas de alimentos para os moradores desde outubro. Nos próximos dias, 142 cestas devem ser entregues em Igarapé do Costa e a ajuda deve continuar por, pelo menos, mais 60 dias ou enquanto a seca perdurar.
A crise hídrica se soma a outros problemas ambientais na região. Na segunda-feira, 25, a Prefeitura de Santarém decretou situação de emergência devido à má qualidade do ar causada pelas queimadas, proibindo o uso do fogo por 180 dias.