Os Rios Madeira e Tapajós, corredores logísticos usados no transporte de grãos no Brasil, registraram recuperação nos níveis d’água, permitindo a retomada das operações de navegação após meses de seca histórica. O Madeira, em Porto Velho (RO), atingiu 406 centímetros nesta semana, conforme o 49º Boletim de Alerta Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB). O aumento no nível possibilitou o retorno dos comboios com capacidade plena.
No Rio Tapajós, as operações foram retomadas parcialmente, com os comboios transportando até 50% da capacidade. De acordo com a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), “o Rio Madeira teve uma expressiva recuperação dos níveis d’água nos últimos 15 dias, que permitiu a retomada da navegação com a capacidade plena dos comboios esta semana. Da mesma forma, o Rio Tapajós teve uma boa recuperação que já permite a navegação de grãos utilizando 50% da capacidade de carga dos comboios”.
Essas hidrovias são essenciais para conectar a produção de soja e milho do Centro-Oeste aos portos do Arco Norte. A seca prolongada interrompeu completamente as operações no Madeira e Tapajós, forçando o redirecionamento de cargas para portos do Sudeste e Sul, o que aumentou custos logísticos. Em Santarém (PA), o nível do Tapajós alcançou 46 cm, ainda abaixo das médias históricas para o período.
A seca prolongada que afetou as hidrovias Madeira e Tapajós nos últimos meses interferiu diretamente na logística, elevando custos e forçando o redirecionamento de cargas para portos do Sudeste e Sul.
O Serviço Geológico do Brasil destacou que, apesar da recuperação, os níveis permanecem baixos em relação às médias históricas, mas há tendência de elevação com as chuvas acumuladas em novembro. De acordo com o SGB, o monitoramento constante permitiu prever cenários e reduzir os efeitos da estiagem, que já foi classificada como uma das mais severas da história recente.
Fonte: Estadão Conteúdo