Os peixes do Lago Aramanaí, em Santarém, morreram por falta de oxigênio, concluíram especialistas da Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará. A análise mostra que água do lago está muito quente, com temperatura média de 30 graus, e suja, o que dificulta a entrada de luz e atrapalha as plantas que produzem oxigênio.
A mortandade de peixes e outros animais, como jacaré, tartarugas e arraias foi descoberta por pescadores na segunda-feira, 25, e é mais um dos impactos da seca severa que atinge o Pará há meses, como as queimadas e a fumaça geradas por elas.
Para se ter uma ideia, nas análises da equipe técnica, que avaliou as condições físico-químicas da água, seguindo os padrões da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) foram detectados níveis de oxigênio dissolvido de apenas 0,15 mg/L, muito abaixo do mínimo recomendado de 5 mg/L.]
A temperatura elevada da água, segundo a Semas, se deve à redução no volume do lago, o que facilita o aquecimento pela radiação solar.
Além da evaporação da água, que reduziu o oxigênio disponível, e da sujeira, diz o relatório, os animais mortos liberaram substâncias tóxicas na água. Isso consome ainda mais o pouco oxigênio que restou e deixa a água ainda mais poluída.
“Nas nossas análises, constatamos parâmetros que sugerem a concentração de sais devido à evaporação da água, além do índice de PH, medida que indica o quão ácida ou básica a água é, de 7,14, próximo à neutralidade. Esse comportamento, incomum em corpos d’água amazônicos normalmente ácidos, pode estar relacionado à decomposição de matéria orgânica. Além disso, também constatamos que a redução drástica no volume do lago, causada por um evento climático extremo e escassez hídrica, desencadeou uma série de impactos negativos”, disse o biólogo da Semas, Wylfredo Pragana.
O relatório da Semas conclui que as condições climáticas extremas foram a principal causa para a crise ambiental no Lago Aramanaí. O baixo nível de oxigênio dissolvido foi identificado como o fator determinante para a mortandade de peixes, destacando a vulnerabilidade de ecossistemas aquáticos às mudanças climáticas e às pressões ambientais.