Explorando a tradição, a inovação, a criatividade e a originalidade muitas iniciativas paraenses estão conquistando o público do Brasil e do exterior. A criação de produtos com ingredientes típicos da região, valorizando as características dos territórios e a promoção da cultura do estado são alguns dos fatores responsáveis pelo sucesso que o “made in Pará” tem alcançado.
Um dos destaques da economia do estado é a cacauicultura, que abastece o mercado com a matéria-prima para a produção de chocolates. Mas além de fornecer o fruto para grandes empresas, agricultores têm aproveitado para demonstrar que o Pará é referência tanto em quantidade quanto em qualidade de cacau. Um exemplo disso é o trabalho dos produtores Míriam Federicci Vieira e Robson Brogni, do município de Medicilândia, que ficaram, respectivamente, com as medalhas de ouro e prata na premiação Cocoa of Excellence Awards (Cacau de Excelência) deste ano.
Realizado na Holanda, o concurso reconhece as melhores amêndoas de cacau do mundo e evidencia aspectos como as características sensoriais e o chamado “terroir”, que é um termo utilizado para destacar as peculiaridades que ele possui devido à relação íntima que possui com o solo e o ambiente do entorno. É esse terroir enriquecido pela conservação da floresta e as práticas sustentáveis da agricultura familiar que ajuda o estado a se tornar uma potência de um setor em expansão.
“Graças a tecnologia e assistência técnica, conseguimos produzir frutos de qualidade, que nos permitiu ter alta produtividade e chegar a esse resultado vitorioso. Estamos muito satisfeitos com o prêmio, porque nos dá a certeza de que esse é o caminho certo”, acrescenta a premiada Míriam Vieira, que já está classificada para a próxima edição do concurso.
Outro negócio paraense que ganhou destaque foi o AMZ Tropical Gin no segmento das bebidas. Com uma fórmula que combina notas de zimbro, coentro e flor de jambu, a bebida conquistou o 2º lugar no prêmio World Gin Awards 2024, ficando à frente de mais de mil concorrentes e sendo o único produto brasileiro a pontuar na categoria “signature botanical”.
Já em Salvaterra, no arquipélago do Marajó, o casal Cecília e Marcus Pinheiro, responsáveis pela Fazenda São Victor, conseguiram projeção no Brasil e no exterior com os queijos artesanais que valorizam as práticas tradicionais marajoaras, reconhecidas pelo selo de indicação geográfica, e as boas práticas agropecuárias que garantem o bem-estar animal e uma produção mais sustentável.
O resultado são produtos com identidade e sabores únicos, o que já chamou atenção de jurados de alguns dos mais importantes concursos de queijos, como o Prêmio Ouro do Encontro Nacional de Criadores de Búfalo e Marajó Búfalos em 2017 e a prata na 4ª Edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizado na França.
“Para os consumidores, os selos asseguram a procedência do nosso queijo, trazendo segurança de comprar um queijo diferenciado, de um terroir que evidencia com nitidez o sabor. Um queijo único, característico da ilha do Marajó agregando valor ao nosso produto. Além de que contribui para a fortificação do turismo para a Ilha, hoje de fundamental importância para seu crescimento econômico”, ressalta Cecília Pinheiro.