A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP 30), que será realizada em Belém neste ano de 2025, promete aquecer a economia de Belém, com a geração de empregos e renda em diversos setores.
Com a expectativa de atrair milhares de participantes, o evento deve impulsionar o mercado de trabalho nas áreas de gastronomia, artesanato, hotelaria e moda.
De acordo com reportagem do portal Bacana News, é esperada uma alta demanda por profissionais como chefs, cozinheiros, recepcionistas, camareiros, guias turísticos e organizadores de eventos.
No segmento de artesanato e moda sustentável, artesãos e designers paraenses também devem se destacar, devido a visibilidade que a COP trará para a produção local.
Brasil e o avanço dos empregos verdes
As negociações da COP 30, que visam acelerar o avanço para uma economia descarbonizada, devem contribuir para fortalecer uma tendência global: o crescimento dos chamados empregos verdes. Estes postos de trabalho estão diretamente relacionados à criação de soluções sustentáveis para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e alinhar desenvolvimento econômico à preservação ambiental.
De acordo com o Linkedin, a demanda mundial por “talentos verdes” cresceu 11,6% entre 2023 e 2024. No Brasil, o setor de energia renovável é um dos principais motores dessa transformação, com 1,57 milhão de empregos registrados em 2023, conforme dados da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). O destaque vai para áreas como biocombustíveis, energia solar e hidrelétrica, que lideram a geração de empregos verdes no país.
Estefanía Pihen González, chefe de Educação e Aprendizagem e reitora de Educação da California Academy of Sciences, destacou, em entrevista ao portal Um Só Planeta, o papel central da educação para o fortalecimento dessas oportunidades. Para ela, é importante formar a sociedade para pensar em soluções que preservem o meio ambiente.
“A educação transformadora adiciona dois componentes: entender o que está acontecendo no contexto de justiça social e ambiental, e proporcionar oportunidades para agir. Nossa meta é que informações e habilidades fornecidas se transformem em hábitos sustentáveis e alinhados com valores”, afirma.
O avanço em setores como energia renovável e o protagonismo na agenda climática pode tornar o Brasil em uma referência mundial na integração entre preservação ambiental e inclusão social. Especialistas, no entanto, alertam que o crescimento dos empregos verdes exige investimentos robustos em educação e capacitação, além de um plano de desenvolvimento para o país que privilegie as energias limpas. Como país anfitrião e presidente da Conferência do Clima das Nações Unidas, o Brasil tem neste ano uma oportunidade de promover políticas públicas que ajudem a transformar os atuais desafios climáticos em impulsos para a criação de novas oportunidades de trabalho, inovação e desenvolvimento sustentável.