A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em novembro deste ano em Belém acendeu um alerta sobre a carência de leitos na cidade. De acordo com dados do setor, as vagas de hospedagem existentes na capital chegam a cerca 25 mil, o que é insuficiente para atender ao público estimado em mais de 50 mil pessoas.
Com o segmento de aluguel por temporada aquecido (o Airbnb, por exemplo, viu saltar a quantidade de acomodações na cidade de 700 para 4,5 mil em apenas um ano), chamou a atenção, nos ultimos dias a divulgação de preços fora do normal de mercado para diária na cidade. A menos de 10 meses para o evento, há pessoas cobrando aluguéis que ultrapassam R$ 1,5 milhão para o período do evento, conforme reportagem de O Liberal.
A Secretaria Extraordinária para a COP30, porém, afirmou que está trabalhando para mudar isso e garante que até o evento mais de 26,5 mil novos leitos serão criados.
“Temos visto um aumento desproporcional dos valores de aluguel e entendemos que é um movimento de especulação imobiliária que deve se estabilizar com o aumento da oferta de leitos na qual o governo está trabalhando. É fundamental garantir que as pessoas que vêm para negociar as posições dos países sobre o enfrentamento à mudança do clima tenham onde se hospedar”, pontuou ecretário extraordinário da COP30, Valter Correia.
Como acontece em todas as COPs, o secretário pontua que o Governo Federal vai contratar uma plataforma oficial de gerenciamento de hospedagem para a Conferência. Correia explica que a ideia é cadastrar toda a rede hoteleira, além de casas e apartamentos que serão disponibilizados para as pessoas credenciadas para o evento.
“Os cruzeiros vão comportar cerca de 4.500 leitos. E os novos hotéis vão trazer um acréscimo de mais de mil acomodações. A previsão de aluguel de casas e apartamentos por temporada é de gerar quase 11,5 mil leitos. Teremos ainda o suporte das Forças Armadas com aproximadamente 2,3 mil leitos. Além de escolas adaptadas que poderão abrigar mais de 5 mil pessoas”, detalha o secretário Valter Correia.
Os números levam em conta as diferentes modalidades de hospedagem que serão oferecidas e os investimentos que estão sendo realizados. Além de hotéis de alto padrão em construção, o governo federal liberou R$ 172 milhões do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) para qualificar e ampliar a rede hoteleira de Belém e os serviços turísticos.
Outra estratégia adotada será a possibilidade de hospedagem em cruzeiros. O plano inicial era que as embarcações ancorassem no Porto de Belém, porém a dragagem na Baía do Guajará foi cancelada e agora os navios maiores serão direcionados para o Porto de Outeiro. O local já recebe obras para ampliar a capacidade técnica e logística e, além disso, o governo está em fase avançada de construção de uma ponte que vai permitir a conexão da ilha com a cidade em cerca de 30 minutos.
“O Porto de Outeiro foi definido como ponto estratégico para a atracagem de transatlânticos durante a COP 30. É um porto que já é operacional e com necessidades de adequação que não envolvem dragagem. Com isso, o Porto de Belém poderá receber navios e barcos de menor porte com o atual calado do Porto e ampliar a capacidade de hospedagem de Belém”, destaca o secretário extraordinário para a COP30.