O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) firmaram nesta quarta-feira, 12, em Belém, um termo de cooperação para a criação da Casa BNDES na COP30 no complexo arquitetônico dos Mercedários. O investimento no projeto será de R$ 36,3 milhões por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O espaço deve concentrar programações do Banco durante a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre de 10 a 21 de novembro. Para o evento, estão previstas a conclusão da restauração de parte do Mercedários UFPA e toda a pintura externa do conjunto. As obras seguem até junho de 2027, com a etapa de restauro focada na Igreja de Nossa Senhora das Mercês.
“Investir em restauração de patrimônio histórico é uma das prioridades do BNDES, uma decisão ousada que nos dá muito orgulho. O BNDES é um dos grandes financiadores do patrimônio nacional. Tenho certeza de que estamos no caminho certo. O Brasil tem um patrimônio histórico riquíssimo, importantíssimo, muitas dessas estruturas em risco, e a gente fazendo esses investimentos, nós estamos nos antecipando para evitar outras tragédias, como o Museu Nacional”, afirmou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
O Banco é um dos principais financiadores das obras estruturantes para a COP30. Foram liberados mais de R$ 1 bilhão para obras de macrodrenagem e urbanização, com projetos nas bacias do Tucunduba e Murutucu, melhorias no Terminal Hidroviário e no Hangar.
Além disso, órgãos como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aplicou R$ 230 milhões em incentivos a centros avançados de pesquisa e parcerias internacionais, R$ 120 milhões para a implantação do Museu das Amazônias e recursos para melhorias no Museu Emílio Goeldi e construção de infovias para aprimorar as redes de comunicação na região.
“Nós não estamos fazendo uma maquiagem. Estamos reestruturando a cidade e deixando um legado para o futuro após a COP 30”, destacou Tereza Campello.
Patrimônio histórico
O complexo dos Mercedários UFPA está localizado no centro histórico de Belém e já passa por obras de restauro contempladas na chamada pública Resgatando a História com o valor de R$ 46 milhões. O local desenvolve atividades acadêmicas e científicas e contará com uma galeria de arte, uma livraria, o Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, um projeto de ensino da Escola de Música da UFPA, e um novo auditório com capacidade para 175 pessoas.
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“Aqui, desenvolvemos ações acadêmicas, científicas e de extensão. O projeto de restauração desse espaço, que está em pleno curso graças ao apoio de muitos parceiros, incluindo o BNDES, é, para a UFPA, motivo de muita alegria, pois garante a consolidação desse local também como um espaço de exaltação da nossa história”, ressaltou o reitor da universidade, Gilmar Pereira da Silva.
O conjunto arquitetônico em restauração abrange a Igreja de Nossa Senhora das Mercês (propriedade da Arquidiocese) e o antigo Convento dos Mercedários, propriedade da União cedida à UFPA. Construído originalmente em 1640 e refeito em 1748, o complexo dos Mercedários é um dos mais importantes conventos coloniais da Amazônia e um dos maiores conjuntos arquitetônicos no contexto da Região Norte do Brasil.