Depois de uma grave crise que levou o Brasil a registrar o maior índice de queimadas em 14 anos com um total de 278,3 mil focos, o Governo Federal assinou nesta quinta-feira, 27, uma portaria que declara estado de emergência ambiental por risco de incêndios florestais no País em 2025. A medida visa organizar as ações para a prevenção, preparação e controle dos incêndios em áreas vulneráveis.
Com isso, os estados, os municípios e a União poderão contratar brigadistas e orientar estratégias para cada região com base em dados climáticos e a evolução de risco de fogo nos diferentes períodos do ano.
“Teremos pela primeira vez um planejamento estratégico faseado ao longo do ano considerando evolução do clima e risco de incêndio”, esclareceu o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco.
Para isso, a pasta analisou o histórico de focos e a previsão climática para definir os períodos de maior risco em regiões específicas, o prazo e a maneira como as ações de combate precisam ser desenvolvidas. No Pará, as regiões do Baixo Amazonas, sudoeste e sudeste são mais vulneráveis entre maio e dezembro, enquanto que o Marajó, parte do nordeste paraense e a região metropolitana de Belém ficam mais inflamáveis entre junho e janeiro.
A perspectiva é mobilizar mais de 4 mil brigadistas nessas ações, o que representa um aumento de 25% em relação ao ano passado. Profissionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O uso de tecnologias de monitoramento e o apoio de agentes da Polícia Federal na fiscalização também deve ser reforçado.
“A gente deve entrar em uma situação de neutralidade, nem com El Niño, nem La Niña, mas a gente vai ter extensas regiões do país sob regime de seca esse ano”, afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltando a necessidade de um plano preventivo.