Um dos principais fundos de financiamento climático do mundo, o Climate Investment Funds (CIF) aprovou a proposta brasileira para o programa Natureza, Povos e Clima. O plano prevê a concessão de US$ 47 milhões em recursos do CIF, combinados com US$ 100 milhões do Fundo Clima, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e US$ 100 milhões do Banco Mundial. No total, são US$ 247 milhões (equivalente a R$ 1,44 bilhão) para financiar projetos de restauração na Amazônia e no Cerrado e ampliar o uso de soluções baseadas na natureza.
A ideia do governo é conceder esse recurso via BNDES para que o setor privado invista em recuperação florestal e cadeias produtivas sustentáveis, tendo como foco a restauração de áreas degradadas. A prioridade é atender projetos na região da bacia do Tocantins-Araguaia, onde fica o chamado Arco do Desmatamento. Com a mudança de modelo econômico, a expectativa é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, recuperar a vegetação nativa e criar novas oportunidades econômicas.
“A restauração de ecossistemas degradados é uma das estratégias fundamentais para enfrentarmos a crise climática e fortalecer a resiliência dos territórios e das comunidades. Com esse plano, estamos viabilizando um modelo inovador de financiamento, que reduz o custo do capital, aumenta a escala e incentiva o setor privado a atuar como protagonista na recuperação ambiental do país”, afirma Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda.
De acordo com a pasta, as metas incluem a restauração de 54 mil hectares de florestas, redução de cerca de 7,75 milhões de toneladas nas emissões de CO2 e a geração de até 21 mil empregos diretos e indiretos. Com a aprovação da proposta pelo CIF, o Brasil tem agora um prazo de 18 meses para desenvolver o plano de implementação e detalhar os projetos que serão desenvolvidos.
Essa iniciativa faz parte do Novo Brasil e está alinhada com o Plano de Transformação Ecológica lançado no ano passado. A medida busca transformar os ativos ambientais do país em oportunidades econômicas, contribuindo para a descarbonização da economia, a geração de empregos verdes e o desenvolvimento sustentável de regiões estratégicas como a Amazônia e o Cerrado.