Os impactos das mudanças climáticas são ameaças para populações do mundo todo e para a riqueza de biomas como a Amazônia. Para alertar sobre esses riscos e mobilizar a sociedade, organizações de toda a Amazônia Legal e do Distrito Federal se uniram ao Megafone Ativismo para uma ação que marca o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, celebrado em 16 de março.
No Pará, o coletivo Mairi está à frente do trabalho que levou à criação de um mural em grafite sobre a crise climática em uma escola pública de Belém. A obra, que traz uma representação da encantada indígena Kyanumaka, da tradição Tupinambá, foi pintada pelos artivistas indígenas And Santtos (@andsanttos.odivelismo) e Tai Silva (@ixe_tai), na Escola Municipal João Nelson Ribeiro, localizada na Passagem das Flores, nº 434, bairro do Telégrafo.

“A Kyanumaka é muito importante nesse contexto de crise porque ela é ligada aos saberes ancestrais femininos, à proteção das mulheres e da justiça. Ela age no sentido de ensinar ou de alertar sobre algum tipo de punição que podemos ter pelas nossas ações”, explica Dani Anambé, representante do coletivo Mairi e organizadora da ação no Pará.
A proposta da ação do Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas é utilizar a arte como ferramenta de educação e mobilização social, destacando a importância dos povos indígenas para a solução dessa crise. Em todos os locais participantes, os artistas incluem a frase “Consciência climática para sustentar o céu”, que está presente no livro “A Queda do Céu”, do líder indígena Davi Kopenawa, do povo Yanomami.

Além do mural, o coletivo realizou uma atividade de arte-educação conduzida pelos professores Rudá Tupinambá, Megue Tupinambá, Milane Tupinambá e Cristian Tremembé com a participação da comunidade escolar. Nesse projeto, cada criança pode escolher um elemento da natureza para pintar e incluir frases que remetem ao combate ao desmatamento e à poluição dos rios.
“Falar sobre mudanças climáticas é falar sobre respeito aos povos tradicionais, respeito ás cosmologias indígenas, falar sobre os encantados, falar sobre etnias, cultura e tudo isso é preservar o meio ambiente. Tem muitos elementos que envolvem a luta contra as mudanças climáticas e a arte ajuda a despertar sobre isso”, reforça Dani Anembé.