Dois navios de cruzeiro com capacidade para abrigar quase 10 mil pessoas já estão em fase final de contratação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em Belém, em novembro. Os transatlânticos já foram apresentados para representantes dos países que vão participar do evento.
Os selecionados são os navios Costa Diadema, com capacidade para receber mais de 4.500 hóspedes, e o MSC Seaview, com leitos para mais de 5.000 pessoas. Os navios devem ficar atracados no porto de Outeiro de 5 de novembro, um dia antes da cúpula de líderes, até 22 de novembro, que é um dia após o encerramento da COP30.
“Quero tranquilizar a todos e todas que teremos uma infraestrutura adequada para a COP. É o maior evento hoje da ONU no mundo. Estamos construindo uma infraestrutura para dar condições a todos estarem nessas negociações e fazermos uma das melhores COPs da história das COPs”, disse o secretário executivo da COP30, Valter Correia, em evento para as embaixadas.
Além dos transatlânticos, as delegações devem contar também com cerca de 450 leitos na Vila de Líderes, que é uma hospedagem modular de alto padrão preparada para a recepção dos negociadores.
Motéis se mobilizam
Segundo estimativas, Belém precisaria de cerca de 32 mil leitos para o evento e, por isso, os motéis da capital também estão se mobilizando para atender à demanda do público. Atualmente, há cerca de 2.500 quartos de motel na cidade com capacidade para atender 5 mil pessoas e diminuir o déficit por acomodação.
Para isso, os empresários desse segmento estão investindo em reformas e adaptações, que incluem a troca de camas, roupas de cama, eTVs de melhor qualidade, além da retirada de itens com temática erótica dos quartos.
Quem atua no ramo diz que ainda existe um certo preconceito e a hospedagem em um motel pode causar constrangimentos, mas esses locais têm também vantagens, como vagas exclusivas de estacionamento e antessala privativa que pode ser usada para para refeições e para trabalhar.
“Eu prefiro alugar o motel inteiro para uma única comitiva. No momento, fiz uma proposta para um grupo de Taiwan. Se eles aceitarem, terei que fazer várias adaptações, porque eles colocaram algumas exigências, como sala para 60 pessoas e transporte”, contou o empresário Yorann Costa.
Fonte: Folha de S.Paulo