A área atingida por queimadas reduziu em 70% entre janeiro e março no Brasil, de acordo com os novos dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas Nesse período, as imagens de satélite captaram focos de fogo em 912,9 mil hectares, o que equivale a 2,1 milhões de hectares queimados a menos em relação a 2024.
Apesar da queda nos registros de fogo, a ameaça continua presente e provoca destruição principalmente na Amazônia. Na região amazônica, foram 774,5 mil hectares, ou 84% do total registrado no País. O estado de Roraima liderou o ranking das queimadas com 415,7 mil hectares perdidos. O Pará, com 208,6 mil hectares, e o Maranhão, com 123,8 mil hectares, aparecem na segunda e terceira colocação, respectivamente. Juntos, eles concentraram 81% de todas as queimadas do trimestre no país.
Esse cenário ocorre devido ao regime climático distinto de Roraima, onde ainda predomina um clima mais seco, o que é um combustível para a disseminação de incêndios. Enquanto isso, outros estados da região, como o Pará, passam por um período mais chuvoso.
“Os dados do primeiro trimestre de 2025 refletem a sazonalidade climática nos biomas brasileiros, com o período de chuvas na maior parte dos biomas resultando em um uma redução geral das áreas queimadas”, afirma Vera Arruda, pesquisadora do IPAM e do MapBiomas Fogo.
Na análise específica do mês de março, o levantamento aponta que a Amazônia concentrou 51% da área queimada, com um total de 55,1 mil hectares em risco. Nesse quesito, Roraima e Pará também tiveram os piores resultados, com registros de fogo em 37,3 mil hectares e 9 mil hectares, respectivamente, no mês passado.
No total, foram 106,6 mil hectares queimados no período, o que representa uma queda de 86% em relação a março de 2024, quando houve fogo em 781,5 mil hectares.
“A redução expressiva da área queimada na Amazônia é uma boa notícia. Entretanto, é importante entendermos que a estação seca de 2025 que se aproxima possivelmente ainda será forte, o que pode reverter essa condição de redução” alerta Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do Mapbiomas Fogo.