O bolso do brasileiro já sabe: este ano a conta de energia elétrica ficou bem mais cara. E a situação pode piorar, mesmo para o consumidor do Pará – estado que não sofre com a crise hídrica que varre o centro-sul do país. Desde o início de junho que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) passou a cobrar a bandeira vermelha patamar 2 – a mais alta – e um novo reajuste, que pode chegar a 20%, não está descartado.
Para os consumidores, especialmente os produtores rurais, está na hora de olhar para o sol. Isso é mais importante para quem cria aves, porcos, gado e peixes e já tinha uma conta de luz pesada mesmo antes dos aumentos. Mas é importante também para quem mora perto da terra e longe da cidade, onde volta e meia a luz acaba – quando existe! Muitos produtores ainda dependem de geradores para tarefas simples, como acionar a bomba de água ou acender lâmpadas. Apesar disso, o campo é quem menos investe no sol.
Segundo levantamento feito pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) com base em dados da Aneel, dos mais de 87 milhões de consumidores de energia elétrica do país, menos de 0,7% faz uso do sol para produzir eletricidade. Isso significa apenas meio milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, sendo que a grande maioria (75,2% do total) estão em residências. Os consumidores rurais respondem por apenas 7%, com 35.524 instalações.
A barreira do preço é cada vez menor: com o crescimento global desse mercado, os equipamentos estão bem mais em conta do que há 5 ou 10 anos, quando a energia solar começou a se popularizar por causa da luta contra o aquecimento global. Até o financiamento está ficando mais barato: recentemente o banco Santander anunciou que reduziu de 0,79% a.m. para 0,74% a.m. as taxas mínimas de juros para implantação de projetos fotovoltaicos em propriedades rurais. Também ampliou o prazo de parcelamento, que passou de 76 para 96 meses, com 120 dias de carência para pagamento da primeira parcela. Atualmente o produtor pode contar com mais de 70 linhas de crédito para a energia solar, oferecidas por bancos públicos, privados e cooperativas de crédito.
Uma vez instalada, a energia solar é como uma poupança: todo mês o produtor economiza aquilo que iria gastar com a conta de luz. Depois de alguns anos, o que se deixou de pagar em contas de luz equivale ao que se investiu no equipamento. Ou seja, no final ele sai de graça – e a partir daí, é só dinheiro no bolso para investir em outras coisas.
Mas a energia solar é boa também para a economia da nossa terra boa: segundo o presidente da Absolar, ela é a fonte renovável que mais gera empregos no planeta, sendo, por isso, essencial para a recuperação econômica pós-pandemia. Segundo a associação, em 2021, a fonte solar fotovoltaica deverá produzir mais de 147 mil novos empregos para os brasileiros.