Nosso Pará registrou o maior índice de desmatamento no País em setembro pelo quinto mês consecutivo, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por meio de imagens de satélites, divulgados nesta quinta-feira, 21/10.
O Estado foi responsável por 39% da destruição na região: 474 km². Essa área corresponde a quase metade do território de Belém.
Em relação às áreas protegidas, seis das 10 terras indígenas mais afetadas pelo desmatamento em setembro estão em solo paraense. Já na lista das 10 unidades de conservação mais atingidas, metade fica no Pará.
Amazonas e Rondônia foram o segundo e o terceiro Estados que mais desmataram em setembro, com 261 km² (21%) e 178 km² (14%) destruídos, respectivamente. Esses dados reforçam o alerta de que a devastação está avançando na divisa desses dois estados com o Acre, que em setembro ficou em quinto no ranking dos que mais desmatam, com 118 km² (10%).
Entre os municípios, Portel, Pacajá, São Félix do Xingu e Itaituba concentraram 35% da destruição da floresta no Pará e estão entre as dez cidades que mais desmataram a Amazônia.
Sobre o ritmo do desmatamento na Amazônia como um todo, o bioma perdeu diariamente uma área de floresta maior do que 4 mil campos de futebol apenas em setembro. Em todo o mês, foram devastados 1.224 km², o que corresponde ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro e é a pior marca para setembro em 10 anos.
Esse foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década: março, abril, maio, julho e agosto também registraram o pior desmatamento desde 2012. Com isso, o acumulado de janeiro a setembro deste ano chegou a 8.939 km², 39% a mais do que no mesmo período em 2020 e o pior índice em 10 anos.