A líder indígena do povo Munduruku, Alessandra Korap, registrou boletim de ocorrência de ataque e furto à sua residência, em Santarém, no dia 13/11. A casa foi arrombada e materiais relacionados a sua atuação política furtados. Alessandra participou da Conferência Mundial do Clima (COP-26), junto à delegação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), quando fez uma série de denúncias sobre o garimpo em terras indígenas e avanço do agronegócio na região do Médio Tápajos.
Em março de 2020, a sede da Associação de Mulheres Indígenas Munduruku – Wakomborum, no município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, foi depredada, queimada e saqueada.
Em 2019, Alessandra já havia tido sua casa invadida após denunciar a atuação de ruralistas no Congresso Nacional. Acompanhada pelo programa estadual de defensoras e defensores de direitos humanos do Pará, Alessandra teve o cartão de memória das câmeras de segurança instaladas na sua casa furtado, junto a outros documentos relacionados a sua atuação enquanto representante do povo Munduruku.
Nesta terça-feira, 16/11, a Articulação de Mulheres Brasileiras publicou nota de apoio à Alessandra:
“Nos solidarizamos com Alessandra Korap, sua família e com várias companheiras indígenas que estão sofrendo ameaças na sua volta da COP-26, como Sônia Guajajara, Txai Surui e outras lideranças indígenas que fazem o enfrentamento em seus territórios denunciando as violações dos povos originários e que passam por ameaças e intimidações em razão de sua luta como está acontecendo agora com Alessandra e outras mulheres indígenas”, diz a nota, exigindo apuração por parte do governo local e estadual.
Entre diversas instituições e coletivos de todo Brasil que apoiam a carta de apoio a Alessandra estão o Coletivo de Mulheres do Xingu (Altamira) e o Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP).
Vice-coordenadora da Associação Indígena Pariri e vice-coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa), Alessandra venceu em 2020 o Prêmio Robert Kennedy de Direitos Humanos (EUA) e apoio contínuo da RFK Direitos Humanos pelo seu trabalho, como litígios estratégicos, treinamento e capacitação e defesa perante governos, organizações internacionais e outras instituições.
Fonte: Própria, com Amazônia Real e Carta Maior
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