Uma tradição dos povos indígenas da Amazônia, o tarubá é uma bebida leitosa é preparada à base de mandioca fermentada e tem aroma agradável e sabor levemente adocicado, característico da região oeste paraense. Por isso, como forma de resgate do saber cultural aliado ao estímulo de geração de renda, técnicos do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará, de Santarém, capacitaram seis famílias da comunidade do Cucurunã, para produzir a bebida com sabores de frutas da região.
No segundo semestre deste ano, o escritório local da Emater promoveu a oficina de Produção de Tarubá na comunidade do Cucurunã. O objetivo da ação técnica foi o de mostrar, detalhadamente, todo o processo de produção de tarubá, e experimentar a introdução do sabor de frutas regionais como o cupuaçu, o taperebá e o muruci.
O trabalho de incentivo à produção da bebida é resultado de uma parceria entre a Associação de Moradores do Cucurunã e a Emater que visa a revitalização da Feira do Cucurunã. Segundo o engenheiro agrônomo Paulo Sérgio Campos de Melo, as pessoas da comunidade produzem o tarubá para consumo próprio, usado em momentos festivos.
“Desde a primeira vez que bebi o tarubá, comparei ao iogurte, e imaginei aquela bebida com sabor de frutas regionais. Lançamos esse desafio na comunidade e o resultado foi extremamente positivo, e por esta razão colocamos como um dos itens de comercialização na Feira do Cucurunã, em fase experimental”, disse o técnico da Emater.
Os produtores irão comercializar as garrafas de Tarubá na feira da própria comunidade: um complexo que fica na beira da estrada que liga Santarém a Alter do Chão, conhecido ponto turístico da região, com nove boxes, palco, banheiros e cinco prédios para abrigar agroindústrias, além de um restaurante. A implantação da feira resulta de projeto elaborado pela equipe técnica do órgão estadual, viabilizado por recursos do governo federal.
“Dentro da perspectiva da comercialização e da aceitação do produto, por parte do consumidor, optamos por apresentar em uma embalagem menor para oferecer no mercado, ou seja, possibilitando um consumo mais rápido e mais fácil do Tarubá”, disse Fernando dos Santos Miranda, líder comunitário do Cucurunã.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, como se trata de um produto novo, a apresentação será em embalagens de 80 gramas, para testar a aceitação pelo público.
“A expectativa é de que a partir de janeiro ou fevereiro, o tarubá passe a fazer parte do mix de itens ofertados na Feira do Cucurunã, em caráter experimental, como produto artesanal e tradicional. E vamos trabalhar, em parceria com outros órgãos, para que o produto, mesmo em escala artesanal, mantenha-se uniforme para o consumidor, com padrão de qualidade”, destacou Campos de Melo.
Fonte: Paula Portilho, da Ascom Emater