Um tweet publicado na terça (8), pelo grande chef de cozinha paraense Thiago Castanho, causou um grande alvoroço. “Acabei de sair de uma reunião de um evento internacional, e descobri que fora das Américas acham que o Açaí é dos EUA. Que tal?”, dizia o post.
Justo o açaí, que é consumido diariamente pelos paraenses de forma natural, com charque, com peixe frito, com fainha, e que faz do nosso Pará o maior produtor do fruto do país?
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em toda a extensão da plantação de açaí no País, cerca de 96% está aqui. Em 2020, foram mais de 1,5 milhão de tonelada do fruto produzida. Isso, sem contar que a origem está ligada a uma das belas lendas indígenas que se tem notícia.
O Açaí e as lendas indígenas
Conta a lenda que, antes de existir a cidade de Belém, ali vivia uma tribo bastante numerosa que sofria com a escassez de alimentos. O, cacique, Itaki, tomou então uma atitude drástica: resolveu que a partir daquele dia todas as crianças que nascessem seriam sacrificadas.
A decisão não poupou nem mesmo sua família, Quando Iaçã, filha do cacique, deu à luz uma linda menina, ela foi para o sacrifício como todas as outras crianãs. Iaçã ficou desesperada e, depois de algum tempo pediu a Tupã que mostrasse uma maneira de alimentar o povo, sem que para isso os bebês precisam ser mortos
Foi então que, numa noite de lua, Iaçã ouviu um choro de criança. Ela procurei e viu sua filha, ao lado de uma palmeira. Ela correu para abraçar a criança, mas a menina desapareceu. Iaçã ficou inconsolável .
No dia seguinte, o corpo da filha do cacique foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira. Iaçã estava serena e seus olhos fitavam o alto da palmeira, que estava carregada de frutinhos escuros.
Os homens da comunidade colheram as frutas, liberando seu suco grosso e nutritivo entre os dedos. Itaki percebeu que foi uma benção de Tupã e batizou a fruta em homenagem a sua filha (só que com as letras ao contrário). A ordem de sacrificar bebês foi encerrada, e o grupo nunca mais passou fome.