Estudo realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) mostra uma triste realidade da nossa Amazônia: apenas 1,3% dos alertas de desmatamento na região publicados pelo MapBiomas correspondem aos autos de infração e/ou embargos do Ibama. De acordo com ICV, isto representa apenas 6,1% da área desmatada total detectada, um nível extremamente baixo para atividades de fiscalização.
“Para esta publicação, utilizamos uma abordagem de triangulação de dados, cruzando informações de alertas de desmatamento com autos de infração e embargos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e ações civis públicas interpostas pelo Ministério Público Federal (MPF”)”, escreve o Instituto.
Com esse método, foi possível identificar se o desmatamento foi previamente autorizado e se as áreas foram fiscalizadas por agências estaduais em campo.
Os pesquisadores analisaram dados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Rondônia, Amazonas, Tocantins, Acre, Roraima e Amapá.
De acordo com o estudo, o monitoramento por satélite da Amazônia brasileira mostra que o desmatamento tem se intensificado no bioma desde 2012, aumentando 140% de 2012 a 2020, de acordo com Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Apenas entre agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazônia perdeu 13.200 km2, a maior taxa de desmatamento em 15 anos”, revela, citando dados do INPE. “Além disso, o tamanho médio dos polígonos de desmatamento aumentou 61% nos últimos 10 anos”.
No conjunto, estes números revelam uma nova onda de destruição na floresta amazônica brasileira, impondo um grande desafio para as agências ambientais e os tomadores de decisão.
“O Brasil já provou que o combate ao desmatamento na Amazônia é possível e eficaz através de investimentos em políticas públicas, acordos privados e sistemas de monitoramento”, diz.