O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará previsto para este ano é de 3%, o maior do País, segundo projeções da empresa Tendências Consultoria publicadas na revista “Exame”, em fevereiro. Em segundo, vem Rondônia (1,6%) e, depois, o Amapá com 1,3%, todos no Norte do Brasil.
A alavanca do possível crescimento virá das commodities, especialmente o minério de ferro. “A produção de commodities, seja minério de ferro ou alimentos, deve aumentar na região este ano”, diz a economista Camila Saito, sócia da empresa Tendências Consultoria, para a Exame.
Como abordamos neste espaço, a pujança da mineração não se traduz em benefícios sociais para a população estadual. O Pará, por exemplo, faturou valores recordes como primeiro exportador de minério no País no ano passado, mas os municípios onde as mineradoras exploram as riquezas naturais apresentam índices preocupantes de escolaridade e empregabilidade.
Ainda segundo Camila, a indústria metalúrgica também vem crescendo, especialmente no Pará.
Sendo uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale deve aumentar sua produção este ano, passando de cerca de 320 milhões de toneladas em 2021 para 335 milhões de toneladas. A maioria deste crescimento ocorrerá no nosso Pará, onde se encontram algumas das maiores jazidas do País. Até 2024, a indústria de mineração deve investir R$ 22 bilhões no Estado, segundo a Simeral (Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará).
No ano passado, a exportação do minério de ferro bateu um recorde, chegando a marca de 36,6 bilhões de dólares, valor que foi impulsionado pela retomada econômica global e pelo aumento dos preços no mercado internacional. O pagamento de royalties aos governos estaduais superou R$ 10 bilhões no ano passado, de acordo com o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
Hoje, a região Norte representa 5,7% da geração de riquezas no País, registra a revista. Metade do PIB nacional é produzido por apenas quatro unidades da Federação, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal, que devem registrar estagnação este ano. A expectativa é que a economia do País cresça apenas 0,5%, com a pressão de custos maiores, a crise na cadeia global de abastecimentos causada pela pandemia e incertezas no campo fiscal.
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