Que notícia mais pai d’égua: um conterrâneo nosso e direto do bairro Jurunas, o diretor de cinema paraense Bruno Ribeiro conquistou nesta quarta-feira, 16/02, o prêmio Urso de Prata de Melhor Curta-metragem do Júri Internacional na 72ª edição do Festival de Berlim, na Alemanha, com o filme “Manhã de Domingo”.
O curta apresenta a história de uma jovem pianista negra que se apresenta em um grande recital. Porém, um sonho com a saudosa mãe da protagonista dá uma sacudida na mente e no coração de Gabriela, pondo em xeque-mate a apresentação dela.
A obra foi feita enquanto a mãe do diretor amargava uma doença até falecer.
Para o júri especializado, a obra “se movimenta da ansiedade de uma performance musical para a experiência de aceitar um momento de perda”, segundo matéria publicada no portal Terra, também nesta quinta-feira, 17/02.
“Vejo no filme uma tentativa de lidar com a minha experiência de luto. A jornada de se conciliar com o vazio e as memórias que a perda de alguém amado nos deixa”, afirmou à imprensa.
O jurunense está terminando o curso de Cinema e Audiovisual e de Roteirista na TV Globo. Seu primeiro filme foi “Pele Suja Minha Carne”. O segundo curta-metragem, “BR3”, estreou internacionalmente no Festival de Rotterdam e foi destaque nos importantes festivais brasileiros, como o Festival de Brasília e Janela Internacional de Recife. Com ele, o diretor conquistou o Prêmio Revelação no Festival de Santa Maria da Feira, em Portugal.
Neste momento, este grande representante da cultura paraense se dedica à formatação do seu primeiro longa, “Sião”, além de participar de laboratórios e eventos do setor audiovisual, como o BrLab (onde recebeu o Prêmio de Desenvolvimento da distribuidora Vitrine Filmes), Torino Film Lab, CineMundi e Ventana Sur.
‘Vibrando alucinado’
Bruno Ribeiro, Laís Diel (produtora executiva) e a atriz Raquel Paixão só conseguiram viajar para o festival por meio da ajuda de muitas pessoas, que financiaram coletivamente tudo isto.
Bem antes de começar o festival, Bruno brincava com os obstáculos para chegar a Berlim. “Nem tenho roupa pra isso”, disse. “Eu tento manter a pose, mas, por dentro, o Bruno adolescente que matava aula para pegar sessão de R$ 5 no cinema e que ficava escrevendo roteiros para filmar com os amigos está vibrando alucinado.”
Fontes: O Liberal e Portal Terra