Não é por falta de ferramenta de monitoramento de desmatamento que as autoridades de governo não combatem o desmatamento em nosso Pará. Para citar apenas uma, a ferramenta Terrabrasilis-AMS (Sala de Situação da Amazônia), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), acaba de ser lançada com esse objetivo.
Graças esse recurso, é possível obter informações sobre o tipo de categoria fundiária em que ocorrem os alertas de desmatamento e como o processo ocorre dentro de um recorte temporal e geográfico, considerando Cadastro Ambiental Rural (CAR), Área de Proteção Ambiental (APA), Terra Indígena (TI), Unidade de Conservação (UC), Florestas Públicas Não Destinadas (FPND) ou em Assentamentos.
Além dessas informações, também é possível verificar a escala em que o processo se dá (estadual, municipal), ou em células de 300×300 km² ou 150x150km². As informações são agregadas dentro de um determinado período de tempo: semanal, quinzenal, mensal, trimestral ou anual, o que permite diagnósticos mais rápidos e precisos.
É possível ainda identificar não apenas os dados de corte raso – quando a floresta vai efetivamente ao chão – mas também de degradação florestal, corte seletivo e mineração na Amazônia, como também destacar um número escolhido de unidades com os maiores valores dos indicadores dos processos mapeados. Os dados utilizados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER).
O secretário de Meio ambiente e Sustentabilidade do Estado (Semas), Mauro O’de Almeida, ressalta a importância da utilização da ferramenta para o melhor direcionamento dos esforços e redução dos custos nas ações.
“Com as novas funcionalidades, a Semas passa a contar com mais uma ferramenta de apoio ao planejamento de ações adequadas de monitoramento e fiscalização, considerando a identificação das áreas críticas de ocorrência do desmatamento, o que na prática permite otimizar as análises necessárias para a definição das ações de combate ao processo”, afirmou ele nesta sexta-feira, 25/02.
O uso de tecnologias é feito também para que o Estado do Pará, a partir dos compromissos assumidos no âmbito do Plano Estadual Amazônia Agora, alcance as metas estabelecidas no Plano.
“O Pará estabeleceu uma rede de colaboradores que inclui instituições e órgãos governamentais, como o INPE, e organizações não governamentais, com o intuito de aumentar a eficiência dos seus procedimentos, assim como reduzir custos operacionais. No Pará, a nova versão da ferramenta AMS já está sendo utilizada pelos técnicos do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (CIMAM), a partir de acesso restrito aos órgãos de fiscalização”, complementou Andréa Coelho, assessora técnica da Semas.
A ferramenta AMS está em constante teste e aprimoramentos, com os quais a Semas afirma colaborar a partir da sugestão de novas funcionalidades, assim como testes dos quais os resultados reportados à equipe de desenvolvedores do INPE. A secretaria utiliza a AMS desde maio de 2021, quando foi lançada sua primeira versão.
Além das funcionalidades atuais, estão em desenvolvimento indicadores de risco futuro de curto e médio prazo, com a participação de técnicos da Secretaria nas discussões técnicas de seleção desses indicadores.
Fonte: Aline Saavedra (SEMAS)