Está previsto para a madrugada de sexta-feira, 11/03, um protesto de garimpeiros de Itaituba (PA) com bloqueio da BR-163, na altura do trecho de Moraes de Almeida, o mais movimentado para o escoamento do agronegócio que segue para os portos da região Norte.
Esse é mais um capítulo do setor contra medidas legais de órgãos ambientais fiscalizadores do Governo Federal. Como o paraense já testemunha há anos, os garimpeiros ilegais respondem nesses termos desafiadores contra a destruição de maquinários do garimpo por ações da Polícia Federal e Ibama, ações legais e que fazem parte do processo de destruição de objetos do crime contra o meio ambiente. O assunto foi revelado pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, nesta quinta-feira, 10/03.
“O movimento se dá em razão das ações truculentas do governo federal através de seus órgãos que deveriam ser fiscalizadores e educadores, porém têm sido destruidores, desrespeitando o devido processo legal, quando destroem patrimônios aleatoriamente, dentre eles, inclusive, bens de propriedade dos garimpeiros”, afirmam, em afronta direta ao que determina a legislação ambiental e o trabalho de fiscalização dos agentes, registra o jornal a partir do “Manifesto dos garimpeiros independentes do Alto Tapajós” e áudios trocados entre garimpeiros obtidos pela reportagem.
Eles dizem que farão um “movimento pacífico de paralisação de veículos na BR-163” e que “não será permitida a passagem de ninguém”.
A região de Itaituba tem se transformado em campo de batalha após intensas operações policiais do Ibama e Polícia Federal contra o garimpo ilegal, em fevereiro. Durante uma semana de incursões na região de Itaituba e Jacareacanga, os agentes destruíram 21 máquinas escavadeiras e 15 acampamentos usados pelos garimpeiros na região cortada pelo Rio Tapajós. Houve ainda a destruição de uma balsa de exploração de ouro no leito do rio, além de motos, carros, motores e 41 mil litros de combustível. As estimativas da PF são de que os bens destruídos somam cerca de R$ 14 milhões, informa o “Estadão”.
Uma das operações foi a chamada Operação Caribe Amazônico, deflagrada nas proximidades da terra indígena Munduruku, do Pará, no dia 14 de fevereiro. Na semana passada, PF e Ibama voltaram a fazer novas ações na região do Tapajós e houve mais queimas de máquinas do garimpo clandestino.
Os garimpeiros de Itaituba estão comprando, também, briga com o agronegócio mato-grossense, uma vez que a rodovia escoa a produção gigantesca de grãos do Estado vizinho.
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