O Brasil é o 7º produtor de cacau do mundo. Mais de 25% da produção nacional se concentrou no Pará em 2021, segundo dados do IBGE, posicionando o Estado como o segundo maior produtor do fruto no país. Aliado à conservação ambiental, a cadeia cacaueira está predominantemente estruturada na agricultura familiar.
Para incentivar as boas práticas entre esses produtores, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), junto à Cargill, promove pelo quarto ano consecutivo o Programa Farmer Coaching, conforme divulgou o Imaflora na segunda-feira, 14/03. A iniciativa atualmente treina 50 produtores rurais para reduzir o impacto ambiental e atender padrões de produção sustentável de cacau na região da Transamazônica.
Desde 2019, foram produzidas 1.934 toneladas de cacau pelos pequenos produtores dos municípios paraenses de Medicilândia, Altamira e Uruará, a partir das orientações recebidas na Assistência Técnica.
Neste ano, o treinamento será focado em temas como: controle de pragas e doenças, gestão rural e rastreabilidade, pós colheita e qualidade e relação de parceria, cooperativismo, associativismo e mercado. Vitor França, coordenador de projetos do Imaflora, ressalta a importância socioeconômica do cacau para a região:
“O fruto promove a diversidade de renda e trabalho mais confortável que a pecuária”, afirma.
Vitor destaca a expectativa de maiores números para a safra deste ano, que começa em março, após a queda verificada em 2020. A colheita, geralmente, começa em fevereiro, sendo um pouco mais cedo na Transamazônica. O cacau chega na cooperativa em março e a alta da entrega ocorre entre maio e junho, podendo se estender até setembro.
Por conta desse potencial para produtores do Estado, as ações não se limitam à região Transamazônica. Em São Félix do Xingu (PA) também são realizados projetos, como o acompanhamento técnico em parceria com organizações como a Cargill e Instituto Beraca. A iniciativa, que começou em março de 2020 e segue até novembro deste ano, é voltada para a implementação de áreas de sistemas agroflorestais (SAFs) por beneficiários da Cooperativa Alternativa Mista dos Pequenos Produtores do Alto Xingu (CAMPPAX). O projeto é desenvolvido pelo programa Florestas de Valor, do Imaflora.
A produção de cacau é uma atividade que atua no abatimento de emissões oriundas da atividade pecuária na Amazônia. Um estudo do Imaflora sobre boas práticas agropecuárias estima que cada hectare plantado de cacau orgânico permite compensar as emissões de 2,7 hectares da atividade pecuária extensiva, atingindo um balanço neutro de emissões de gases de efeito estufa.
Celma Oliveira, Analista Administrativa de Projetos do Imaflora reforça ainda que o investimento na agricultura familiar favorece a diminuição do desmatamento e, aliada ao cacau, uma das cadeias produtivas mais importantes da região, fortalece a produção sustentável e a sustentabilidade social.
Sobre o Imaflora
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país. Mais informações no site.
Fonte: Imaflora
LEIA TAMBÉM:
Postos de trabalho na pecuária têm queda de 16% na Amazônia
Açaí rende duas vezes mais por hectare que pecuária de corte