Por Sidney Alves
Os paraenses têm muito orgulho dos rios que banham o nosso Estado do Pará. Como já disseram os poetas Paulo André e Rui Barata em verso: “Esse rio é minha rua”.
Mas, atualmente, eles representam verdadeiros riscos para a saúde pública do nosso povo. Neste 22 de março, terça-feira, será comemorado o Dia Mundial da Água. Por isso, é fundamental termos noção do que está ocorrendo com os nossos verdadeiros patrimônios naturais.
Mercúrio
Desde quando começou intensamente a busca pelo ouro nas minas do Pará, principalmente em Serra Pelada, no começo da década de 80, o mercúrio se transformou no pior inimigo dos nossos rios, contaminando os peixes que eram consumidos pelos indígenas e outras populações.
Você leu aqui no Pará Terra Boa que 75% da população de Santarém está contaminada por mercúrio por causa da água contaminada pelo metal usado no garimpo do Rio Tapajós.
E mais: as gestantes indígenas da tribo dos Mundurukus estão assombradas após identificação de caso suspeito na aldeia.
A triste realidade dos Mundurukus também foi relatada pela Agência Pública, na matéria ‘O mercúrio que intoxica também mata’, publicada no dia 04/02, no qual afirma que “a contaminação pelo metal tóxico afeta, sem exceção, toda a população estudada. No corpo humano, o mercúrio causa mal-estar, alterações na fala e na coordenação motora. Em bebês, pode gerar problemas neurológicos irreversíveis, disfunções no coração, tireóide e no sistema imunológico quando atinge fetos ainda em formação”.
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