O Pará é um Estado dependente, economicamente, das exportações do minério de ferro. Quando nosso maior comprador vai mal, o resultado vem a galope. É o que mostram os novos dados do Ministério da Economia, analisados e divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN/FIEPA).
De janeiro a março deste ano, o Pará exportou o acumulado de US$ 4,7 bilhões, aparecendo em sexto lugar no ranking nacional por valor exportado. Com um saldo de US$ 4,2 bilhões, fechou o trimestre com uma variação negativa de -26,30%, em comparação com o mesmo período do ano passado, descendo para a terceira colocação no ranking nacional por saldo, atrás dos Estados do Mato Grosso e Minas Gerais.
Baixa
Um dos produtos que apresentaram queda, em relação a 2021, foi o minério de ferro bruto devido à baixa demanda do mercado chinês, principal comprador do minério de ferro exportado pelo Pará. Com um volume de US$ 2,9 bilhões exportados nos últimos três meses, o ferro apresentou uma queda de -38,78%. Hoje, os produtos minerais representam 87% de tudo o que é exportado pelo Estado. Do total de US$ 4,7 bilhões exportados apenas nos meses iniciais de 2022, US$ 4,1 bilhões são oriundos da mineração. O setor imobiliário da China está passando por um período de baixa demanda por imóveis, o que levou o país a reduzir seus investimentos em construção civil, impactando na compra de minério de ferro do Pará.
Alta
No entanto, outros produtos se destacaram na balança comercial do Estado, como a madeira, que teve uma alta de 98,44% e valor exportado de US$ US$ 108,5 milhões, tendo como principal destino os Estados Unidos; a soja, com um volume de US$ 190,6 milhões e variação positiva de 213,56%; as carnes de bovinos, que fecharam o trimestre com exportações na faixa de US$ 166,3 milhões e crescimento de 73,76%, no comparativo com 2021; e a castanha-do-Pará, que exportou US$ 2,1 milhões e teve um aumento de 680%, tendo como principal comprador os Estados Unidos.
“É importante analisarmos o crescimento nas exportações de produtos considerados não tradicionais, ou seja, aqueles que começaram a exportar e entraram na balança comercial paraense de 15 anos para cá, e isso mostra um esforço na diversificação dos produtos, o que é bem positivo, porque representa a entrada de novos produtos na nossa pauta e a geração de novos negócios”, avaliou Cassandra Lobato, coordenadora do CIN/FIEPA.
Quem compra?
Entre os blocos econômicos que negociam com o Pará, a Ásia (excluindo-se o Oriente Médio), com destaque para a China, foi o que mais comprou do Estado. Com um total de US$ 3 bilhões, representa uma participação de 64,33% no volume total das exportações paraenses. Em seguida aparecem a União Europeia, que importou US$ 867,2 milhões; e a América do Norte, que comprou US$ 377,8 milhões, com alta de 60,78%.
No consolidado do período, Parauapebas (PA) aparece como a terceira cidade do Brasil que mais exportou, com um valor total de US$ 1.633.264.608 bilhão, ficando atrás de Duque de Caxias/RJ (US$ 5 bilhões) e Rio de Janeiro/RJ (US$ 4.077 bilhões). Em quarto lugar está São Paulo (US$ 1.286.284.407 bilhões), e em quinto Canaã dos Carajás (PA) com US$ 1.272.097.866 bilhões em exportação.
Fonte: Fiepa