Para evitar a chegada da “vassoura de bruxa da mandioca” no território paraense, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) vai iniciar a adoção de ações preventivas nos municípios localizados na divisa do Pará com o Amapá. No estado vizinho foi detectada, pela primeira vez no Brasil, a presença da praga quarentenária Rhizoctonia theobromae, fungo que causa a doença.
Na quinta-feira 13, a agência promoveu um encontro com representantes de mais de 60 entidades ligadas à agricultura familiar para apresentar as ações emergenciais.
A intensificação da fiscalização ocorrerá em Almerim, Gurupá, Porto de Moz, na região Oeste do Estado, e também em municípios próximos como Afuá, Breves e Chaves, que ficam no arquipélago do Marajó.
Além disso, conforme a Agência, há ações previstas para acontecer em outros importantes municípios da cadeia produtiva da mandioca, como Acará, Baião, São Domingos do Capim, Moju, Cametá, Concórdia do Pará, Bujaru, Castanhal, São Francisco do Pará, Santa Maria do Pará, São Miguel do Pará, Igarapé Açu, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Nova Timboteua, Capanema, Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa, Viseu.
A ADEPARÁ vai realizar também ações de educação fitossanitária e uma capacitação voltada aos servidores da Agência de Defesa e também para produtores rurais sobre os sintomas, identificação da praga e as consequências da disseminação da doença para o Estado, o maior produtor de mandioca do País.
Como o Pará nunca registrou a praga nas plantações de mandioca, as medidas emergenciais adotadas pela ADEPARÁ estarão focadas na fiscalização do trânsito agropecuário, principalmente no transporte de material de propagação vegetal da mandioca.
Além disso, os fiscais também farão o levantamento de detecção da praga em alguns municípios paraenses.
“Nós vamos intensificar as ações educativas conforme o que foi estabelecido pela portaria que proíbe a entrada de planta e parte de plantas vindas de regiões com ocorrência da praga. Para que os produtores, agricultores e a comunidade do entorno das plantações possam nos ajudar a prevenir a doença, evitando a disseminação e o impacto econômico e social nessa cadeia tão importante para o nosso Estado. A nossa atuação será de reforço na vigilância e fiscalização nos municípios que fazem divisa com o Amapá para proteger a produção paraense dessa praga”, ressaltou Jamir Macedo, diretor-geral da ADEPARÁ.
Apesar de não haver registro da doença nos municípios paraenses, produtores de mandioca, as medidas são necessárias para evitar introdução da praga no território paraense, que pode ocorrer por meio do trânsito de material de propagação vegetativa, procedente do Amapá.
“A Vassoura de bruxa da mandioca é uma doença emergente com elevado potencial destrutivo, sendo uma das mais importantes ameaças para a cultura. Porém, há maneiras de prevenir essa praga, não trazendo para nosso Estado plantas ou parte de plantas de mandioca do Amapá, realizando a limpeza de maquinário, equipamentos, implementos e ferramentas agrícolas, que são potenciais disseminadores de pragas de uma área para outra”, explica a gerente de pragas quarentenárias da Adepará, Maria Alice Thomáz.