No sudeste do Pará, a pecuária é a principal atividade econômica entre os produtores rurais, porém a busca por alternativas de desenvolvimento mais sustentáveis tem ajudado na expansão da agricultura baseada nos sistemas agroflorestais (SAFs). Em São Geraldo do Araguaia, mais de 50 famílias da região já estão apostando nesse modelo com apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio).
Os agricultores recebem mudas de plantas nativas melhoradas geneticamente, que foram selecionadas por serem mais produtivas e precoces, ou seja, geram mais frutos em menos tempo, o que traz um impacto direto para a economia das comunidades. Além disso, os beneficiados contam com o suporte técnico para que apliquem as estratégias de manejo adequadas para as diferentes culturas.
Nos SAFs são mantidos em uma mesma área cultivos espécies, com períodos de plantio e colheita distintos, o que contribui para a geração de renda ao longo de todo o ano. Nas propriedades atendidas, é possível encontrar plantações de açaí, cupuaçu, café, banana e cacau.
“Temos feito a doação de mudas, principalmente de frutíferas e provenientes da Amazônia, como o cacau e o açaí, que são bem adaptadas e que os agricultores mais gostam de produzir”, disse à Agência Pará o biólogo do Ideflor-Bio, Wagner Bastos.
Outro aspecto positivo dos sistemas agroflorestais é que essa estratégia auxilia na conservação do solo, dos recursos hídricos e da biodiversidade local, o que também é importante para que os produtores mantenham uma boa produtividade.
“Os SAFs são muito importantes para o sustento das famílias. No meu caso, mesmo com um lote pequeno, consigo tirar mais do que o necessário para a nossa subsistência. Portanto, através dos SAFs, temos aprendido a plantar, colher e a ter mais amor pela natureza, que é o mais importante de tudo isso”, afirma a agricultora Mariza Matos, que foi uma das beneficiadas pelo projeto.
A avaliação positiva do trabalho deve fazer com que mais SAFs sejam implantados em São Geraldo do Araguaia e em outros municípios. Para o Ideflor-Bio, a iniciativa demonstra que é viável conciliar o desenvolvimento econômico, a segurança alimentar e a preservação ambiental, contribuindo para o futuro das comunidades rurais e do meio ambiente.