Em Almeirim, no Baixo Amazonas, agricultores estão sendo treinados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em um engajamento com a Fundação Jari, para suprir um déficit histórico do município: a produção de hortaliças.
Segundo dados oficiais desta quinta-feira, 31/03, em contrapartida a uma tradição de bubalinocultura e avicultura, atualmente, o município necessita importar de polos, como Santarém, até 90% de produtos utilizados cotidianamente na alimentação local, como alface, cheiro-verde e cebolinha.
A finalidade mais imediata é abastecer a merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“As atividades carregam a história da coletividade, e é preciso ir atualizando as necessidades também de cadeias produtivas. Hoje, podemos dizer que em Almerim existe, sim, mercado efervescente para absorver a produção de hortaliças. E para tanto, o esforço da Emater é romper o paradigma e estimular mão de obra, por meio de acesso a tecnologias, crédito rural e demais contextos de políticas públicas”, avalia o chefe do escritório local da Emater, o técnico em agropecuária Elinaldo Silva.
Quem se beneficia?
A iniciativa vem sendo fortalecida em nível pioneiro na Comunidade Goela da Morte, no km 40 da rodovia PA-473.
“Sou aposentada, mas aqui faço farinha, tenho as minhas frutas”, comenta Iracema Santos, 60 anos, que produz itens alimentícios no Sítio Deus-que-me-Deu.
Em março, Iracema participou do primeiro curso de Produção de Hortaliças em Sistema Protegido, organizado por Emater e Fundação Jari, com o apoio da Prefeitura, para oito agricultores avizinhados.
Foram cinco dias de conhecimento recíproco sobre a construção de estufas que resguardem canteiros de hortaliças de eventos adversos, como chuva, ventania e excesso de sol. Pela realidade climática do município, se não houver nenhuma proteção, o risco de prejuízos e perda total pode ser de 100%, como indicam especialistas.
O curso apresentou um modelo de 25 metros de comprimento por seis metros de largura e cobertura de 100 m de plástico translúcido, de 120 micras, suspensa no que se chama “pé-direito”: a dois metros e meio sobre suporte de madeira reaproveitada, como angelim e eucalipto.
“Cada estufa comporta quatro canteiros, em uma dimensão total de 400 m². Nesse primeiro, introduzimos folhosas, como cheiro-verde. A previsão de colheita é de 30 a 35 dias”, esclareceu a técnica em agropecuária, Taciana Miranda, do escritório local da Emater em Santarém.
Fonte: Ascom Emater