O cultivo e o extrativismo de açaí fazem parte do modo de vida de muitas populações da Amazônia. Essa atividade tradicional tem ganhado um impulso devido ao aumento da demanda nacional e global pelo fruto e deve deslanchar ainda mais no município de Oeiras do Pará, no arquipélago do Marajó. Lá os produtores locais tiveram R$ 500 mil em financiamento aprovados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Os projetos de crédito rural foram elaborados com o apoio do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e vão beneficiar 16 agricultores que trabalham com manejo e extração do açaí nativo e de várzea. Projetos relacionados à cadeia da mandiocultura e da pesca artesanal também foram selecionados na região.
Izaque de Oliveira Nunes foi um dos contemplados com o financiamento do Pronaf. A produtividade atual é de cerca de 80 rasas por mês, que equivalem a mais de duas toneladas (cada rasa corresponde a aproximadamente 28 kg). O objetivo dele é incrementar a produção do fruto na propriedade localizada na comunidade do Rio Itaucu e, assim, manter uma atividade rentável mesmo nos períodos de entressafra.
“Vou investir em plantações e no manejo do açaizal. A expectativa é de uma boa safra este ano”, afirmou Izaque Nunes.
O chefe do escritório da Emater em Oeiras, Manoel Azevedo, explica que os recursos são liberados pelo Pronaf em três parcelas. Antes de receber cada pagamento, os técnicos da extensão rural visitam as propriedades e analisam o desenvolvimento dos projetos para elaboração de um laudo que é enviado ao banco. Caso sejam detectados problemas, os profissionais prestam informações e orientações para que ninguém tenha o crédito bloqueado.
Na região, o órgão atua em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na oferta de capacitações para o manejo de açaí com baixo impacto ambiental. Somente no ano passado, 420 famílias do município foram atendidas pelas ações de extensão rural.
“Esperamos que a produção de açaí dobre e que o excedente possa ser vendido no período chuvoso, já que o fruto é um dos principais alimentos da região”, pontua Azevedo.