Pesquisadores da Embrapa identificaram a espécie de cochonilha exótica Capulinia linarosae em uma propriedade rural no Estado do Amazonas, ao sul de Manaus.
É o primeiro registro da ocorrência no Brasil dessa cochonilha, que tem um histórico de causar danos severos aos cultivos de goiabeira. Como é sabido, em nosso Estado, o protagonista na produção de goiabas é Dom Eliseu, que abastece o mercado interno e é comercializada, principalmente, para agroindústrias de polpas e sucos em Tomé-Açu, Castanhal e Marabá, além de ser exportada para o Maranhão.
Até o momento, no entanto, não há indícios de ocorrência da cochonilha em outros Estados brasileiros, mas os pesquisadores alertam que é importante atuar no monitoramento e prevenção do inseto para mitigar a sua disseminação e evitar prejuízos aos produtores.
Qual é o risco?
As cochonilhas são pequenos insetos parasitas que sugam a seiva da planta. De acordo com relato dos pesquisadores, a espécie Capulinia linarosae, age destruindo ramos, folhas, frutos, chegando a causar a morte das goiabeiras.
Sua ocorrência causa preocupação pela alta infestação e difícil controle, podendo levar a prejuízos econômicos. A situação serve de alerta para produtores de goiaba no Amazonas e em outros Estados, pois o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de goiaba, sendo a maior concentração em São Paulo, seguido por Pernambuco, Minas Gerais e Ceará.
Como combater?
Algumas medidas de controle foram testadas sob a orientação de pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental em um plantio afetado pela praga no município de Iranduba (AM).
Com base nessa experimentação, foram apresentadas instruções como poda de limpeza e remoção dos galhos. Os galhos removidos podem ser enterrados, queimados ou expostos ao sol para promover a desidratação e morte das cochonilhas.
Nas partes que não puderam ser podadas, foram removidas as cascas e os insetos com a ajuda de um escovão de cerdas duras. Nas áreas escovadas, foi aplicado óleo mineral (75,6% m/v) na concentração de 1,5 ml do produto para 1 L de água. O controle da praga se deu após duas aplicações com intervalos de 15 dias.
A nova espécie de cochonilha encontrada no Amazonas foi detectada pela primeira vez na Venezuela, em 1993, porém só em 2016 foi reconhecida como uma nova espécie que passou a ser denominada Capulinia linarosae Kondo & Gullan. Nos anos seguintes, plantios de goiabeira na Venezuela foram severamente afetados pela praga.
Fonte: Embrapa Amazônia Oriental