Atenção, produtores de feijão-caupi do Pará. A Embrapa Amazônia Oriental acaba de lançar uma publicação sobre as doenças fúngicas destinada aos agentes da cadeia produtiva dessa leguminosa no Estado. A obra está disponível desde segunda-feira, 14/02, no Portal Embrapa (acesse aqui), de forma permanente e gratuita.
As vantagens do melhoramento genético conquistadas pela pesquisa e embutidas nas plantas cultivadas, como a alta produtividade e a resistência a doenças, costumam ser potencializadas com o bom manejo da cultura. Mas, conforme explicado na publicação, há casos em que o controle e a prevenção são possíveis somente por meio de manejo – situação que por si só já revela a importância e impacto de um trabalho como esse no meio produtivo do Pará, responsável por 30% do feijão-caupi produzido na Região Norte (safra de 2019/2020).
Para os autores da publicação, “o sucesso da cultura do feijão-caupi no Estado do Pará está diretamente relacionado ao acompanhamento programado do cultivo”.
Segundo eles, as técnicas de caráter preventivo, quando aplicadas no tempo certo e de forma eficiente, podem diminuir as perdas em volume e qualidade de produção decorrentes de condições de cultivo inadequadas.
“Nesse trabalho reunimos informações que permitem reconhecer facilmente os sintomas no campo e agilizam as decisões sobre medidas a serem adotadas contra a mela, a podridão cinzenta do caule, a mancha-café, a cercosporiose e a podridão de esclerócio, que são as doenças que causam perdas expressivas na cultura”, exemplifica Ruth Linda Benchimol, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e autora da publicação.
Há outras doenças de menor importância econômica, como carvão, mancha-alvo, oídio ou cinza e podridão das vagens, mas que também precisam ser manejadas, complementa a autora. Os resultados da pesquisa enfatizam a importância do manejo integrado das doenças, com adoção de várias práticas em conjunto, como é o caso da mela, cujo controle com medidas isoladas, de acordo com os estudos, não tem se mostrado eficaz.
A obra “Doenças fúngicas do feijão-caupi no estado do Pará” (clique sobre o título para acesso ao repositório Infoteca-e), resulta de uma pesquisa realizada no período que compreende os anos de 2011 a 2019, em campos do Marajó, Belém e Nordeste Paraense, este um tradicional polo de produção do grão no Pará.
Feijão da colônia
O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.], originário da África, é alimento de interesse econômico e social no Norte e Nordeste do País, com cultivos mecanizados em franca expansão no Centro-Oeste. Apreciado no Brasil desde a segunda metade do século XVI, rico em proteínas, aminoácidos essenciais, carboidratos, vitaminas, minerais e fibras, com ele se faz baião-de-dois, acarajé, saladas e outros pratos regionais.
Nos Estados Unidos é chamado de cowpea (pronuncia-se caupi), planta comum em jardins residenciais e símbolo de prosperidade. Tem também o tipo denominado black-eyed peas – aquele com o ponto preto no grão parecendo um olho. Já no Brasil os nomes populares do feijão-caupi são muitos, como feijão de corda e feijão macassar, dependendo da região de plantio. Os paraenses o conhecem por feijão da colônia.
Fonte: Embrapa Amazônia Oriental