A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), por meio do Programa Estadual de Sementes e Mudas, realizou em Rondon do Pará, na região de integração do Rio Capim, o levantamento populacional da cigarrinha das pastagens, uma praga que suga a seiva das pastagens e injeta uma toxina que seca e provoca a morte das gramíneas, resultando na “queima” do pasto.
O trabalho uniu instituições parcerias, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e o Sindicato Rural de Rondon do Pará.
O objetivo do esforço conjunto foi realizar uma amostragem que possibilite um diagnóstico da real situação da mortalidade dos pastos. Durante o trabalho, também foi realizada a coleta de cigarrinhas em várias propriedades de Rondon do Pará, onde se observou um alto nível de infestação nas pastagens da região.
“O inseto reduz a capacidade de suporte das pastagens e, dependendo da infestação, acaba comprometendo em 50% a capacidade produtiva das gramíneas infestadas, gerando prejuízos para a pecuária, já que o pasto é a base da alimentação do rebanho paraense”, ressalta o fiscal estadual agropecuário Cléber Eufrásio Sampaio.
Ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, o aparecimento da praga se deve a vários fatores, sendo a aquisição de sementes de má qualidade uma das principais fontes de disseminação.
“A aquisição destas sementes, oriundas de locais que não são legalizados junto aos órgão de fiscalização, como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), pode disseminar ovos das cigarrinhas, que serão dispersados no momento da semeadura. E o manejo inadequado das pastagens também cria condições favoráveis à reprodução desta praga”, pontuou.
A Adepará informa aos pecuaristas que, como a pastagem é uma cultura agrícola, é necessário realizar medidas para garantir a sanidade do pasto.
“São várias as medidas associadas para o controle da praga, como o manejo adequado da pastagem. O produtor também pode optar por fazer a diversificação de pastagem com espécies resistentes à cigarrinha ou fazer uso da rotação de cultura para quebrar o ciclo da praga. O uso de produtos químicos legalizados é uma outra alternativa fitossanitária, além do controle biológico feito com fungos”, ressaltou.
Além dos técnicos da Adepará, o levantamento contou com a participação do pesquisador da Embrapa, Roni Azevedo, da diretora da Faepa, Cristina Malcher, e do presidente do Sindicato Rural de Rondon do Pará, João Malcher Dias Neto.
Fonte: Adepará