Mandioca e pimenta-do-reino são dois produtos representativos da agricultura paraense. Essa dupla da pesada está sendo testada contra as mais diversas doenças e contaminações da pimenta-do-reino, além de estender a vida útil do produto, conservando-o por muito mais tempo.
Como é o processo científico?
O processo envolve recobrir as sementes de pimenta-do-reino com uma película protetora feita com substâncias inertes (quimicamente estável ou não tem actividade química em condições normais), entre elas o amido de mandioca, que não alteram as características do produto, mas aumentam a vida útil e formam uma barreira que protege contra o ataque de microrganismos causadores de doenças, como fungos e bactérias. O biofilme também protege contra processos naturais, como a degradação por umidade e oxidação, e há inclusive resultados demonstrando que também protege contra salmonela (Salmonellose).
O projeto foi desenvolvido em parceria pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa (Fapespa) e pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Tem alterações?
As qualidades e características do produto in natura, como a aparência, odor e sabor, serão mantidas.
“Estamos na fase inicial de escalonamento do projeto, comprando equipamentos e organizando a estrutura dos laboratórios. Mas, na área técnica, já temos as pesquisas para a caracterização física e química do amido de mandioca comercial, que será usado no processo de recobrimento das sementes de pimenta-do-reino. A previsão é que essa fase seja concluída em até seis meses”, afirma o coordenador do projeto, professor Davi Brasil.
A proposta é oferecer uma alternativa econômica e sustentável ao agronegócio paraense e mais qualidade ao produto que chega à população.
O Pará está entre os três estados com a maior produção de pimenta-do-reino, acompanhado pelo Espírito Santo e Bahia. Esse tipo de pimenta é uma planta trepadeira, originária do Sudeste Asiático e uma das especiarias mais importantes no ramo alimentício. Atualmente, 90% da sua produção estão concentrados entre oito países. O Brasil ocupa o terceiro lugar, representando a força do País na produção dessa commodity.
Fonte: Giovanna Abreu, da Agência Pará