Os números crescem e o setor de frutas comemora, com 20% de aumento em volume de frutas exportadas neste terceiro trimestre do ano, comparado com 2020.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Derivados (Abrafrutas), o setor registrou o embarque de mais 757 mil toneladas de frutas enviadas para o exterior no período, conforme informou no dia 19/10. O faturamento aumentou 27% e foram vendidas cerca US$ 652 milhões de frutas para o mercado internacional, números que têm deixado o setor bastante animado, pois estão próximos de alcançar a meta de US$ 1 bilhão em exportações.
Mesmo com a falta de contêineres e aumento dos fretes marítimos, o aumento das exportações de uva foi de 73%, seguida da maçã, 58%, manga, 26%, mamão, 21%, limão, 19%, abacate 18% e banana, 16%.
Para o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, o aquecimento nas demandas internacionais, principalmente vindas do mercado europeu, é um dos fatores que justificam essa alta performance. A valorização do dólar torna a remuneração bem atrativa, o que contribuiu também para esses resultados.
Outro fator destacado por Guilherme para este bom desempenho foram as condições climáticas favoráveis que resultaram na boa produção e na melhor qualidade das frutas produzidas, além da abertura de novos mercados nos últimos anos por meio do Ministério da Agricultura e do apoio do setor produtivo.
Além disso, a Abrafrutas e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) têm feito um trabalho intenso de promoção das frutas brasileiras no mercado externo.
“O vento tem soprado a nosso favor, o setor de frutas tem despontado e mostrado o grande potencial. Estamos provando que além de sermos grande produtores de frutas, podemos ser também grandes exportadores. As nossas frutas são as mais saborosas e de altíssima qualidade, este reconhecimento tem vindo através desses números. Afirmo que a fruticultura brasileira tem potencial para expandir ainda mais e alcançar novos mercados”, disse Guilherme Coelho.
Guilherme aponta também a busca por alimentos mais saudáveis como marco neste crescimento. Segundo ele, o mundo tem consumido mais frutas, pois não existe nada mais saudável.
“As frutas são ricas em vitaminas e sais minerais, são versáteis, podem ser bem aproveitadas em pratos doces ou salgados. Alimento que tem de todos os sabores, cores e texturas, agradando diversos paladares e gostos. Além disso tudo, produzimos frutas o ano inteiro”, contou.
Abacaxi, pêssego e goiaba são outras frutas que têm crescido na balança comercial. A goiaba por exemplo, teve aumento nas exportações de 132%, comparadas com o mesmo período de 2020. Considerada pelo mercado internacional como fruta exótica, a goiaba tem caído no gosto dos importadores. Este ano já foram enviadas mais de 354 mil toneladas dessa fruta de cor vibrante e saborosa.
Abacaxi
Quando se fala em abacaxi, é preciso destacar a produção de Floresta do Araguaia (PA). Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Pecuário e da Pesca (Sedap) de 2019, o município foi responsável por 73% da produção de abacaxi no Estado. Quanto à produção nacional, Pará e Paraíba são os destaques no País.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em uma produtividade de 22.726 unidades por hectare, o fruto conferiu ao Estado renda de R$ 566.650 milhões.
A fruta, cultivada em uma área de 18.779 hectares no Pará, tem sua produção acompanhada pelos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), por meio do Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi.
“Primordialmente, o Programa tem como objetivo garantir que a fusariose, principal praga que ameaça a produção de abacaxi, permaneça sob controle. Para isso é fundamental que os produtores cumpram suas obrigações, entre elas o cadastro na Adepará”, afirmou a responsável técnica do Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi, Thais Leão, em setembro do ano passado.
Além de Floresta do Araguaia, Conceição do Araguaia e Salvaterra são os outros municípios que lideram a produção. Além deles, outras 13 cidades se destacam na abacaxicultura, o que não significa, porém, que a cultura não esteja presente em outras localidades do Pará, uma vez que a maior parte da produção é fruto da agricultura familiar.
Thais Leão informa que grande parte da produção de abacaxi paraense é voltada pra frutos “de mesa”, ou seja, o fruto in natura que chega nas mãos do consumidor nas feiras e mercados, e exportada para outros estados da Federação.
Além da comercialização da fruta, parte da produção de abacaxi paraense é industrializada na forma de suco e exportada para os EUA e Europa por uma fábrica de suco de abacaxi localizada no município de Floresta do Araguaia, gerando dividendos ao município.
Para o presidente da Abrafrutas, a meta do primeiro bilhão está próxima e o setor vai comemorar muito, sendo este resultado de muito trabalho e esforço de todos que compõe a fruticultura brasileira.
Fonte: Abrafrutas, Sedap-PA e Agência Pará