Após o governo russo anunciar restrições às exportações de fertilizantes nitrogenados por meio de cotas de exportação pelo período de seis meses a partir de 1º de dezembro, com o objetivo de evitar escassez no mercado interno, o governo brasileiro entrou em campo para evitar a interrupção do comércio entre os dois países.
A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), por exemplo, reuniu-se nesta quarta-feira, 17/11, com autoridades e empresários russos, em Moscou, na tentativa de resolver o problema com o fornecimento de fertilizantes para o Brasil. Segundo ela, todos “garantiram” que não vão deixar de cumprir os contratos de fornecimento de fertilizantes ao Brasil, com possibilidade de aumentar o volume de exportações.
Em entrevista ao jornal “Estadão” na terça-feira, 16/11, a titular da Agricultura demonstrou preocupação. “Não é que vamos ter problemas de fornecimento, mas vamos ter problemas quanto ao pagamento, mais ou menos o que já acontece com o Irã e que traz alguns transtornos na hora do pagamento. Estamos nos antecipando a isso, conversando com outros parceiros para que a gente tenha um porcentual nas exportações de produtos, para que a gente tenha segurança que nossos fertilizantes vão chegar a tempo”, disse.
Segundo ela, esta safra já está garantida. “Estamos nos antecipando para a safra de verão, que vem daqui a um ano, em setembro, outubro e novembro (…) Agora estamos indo à Rússia ver se a gente consegue uma entrega um pouco maior do que a gente já tem para caso precise compensar a gente tenha compensações”.
‘Garantias’
De acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa), o ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maksim Reshetnikov, assegurou a manutenção do fornecimento ao Brasil de fertilizantes de potássio e fosfato e, se possível, aumento de exportações para a próxima safra.
A ministra brasileira se reuniu com o vice-presidente da produtora global de fertilizantes minerais complexos Acron, Vladimir Kantor, que assegurou o aumento de ao menos 10% das exportações de fertilizantes para o Brasil. Ele também informou sobre o prosseguimento das negociações para a aquisição dos ativos da Petrobras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), em Três Lagoas (MS).
O CEO da empresa russa PhosAgro, Andrey Guryev, também assegurou o fornecimento de fertilizantes ao Brasil. A holding química russa é produtora de fertilizantes, fosfatos e fosfatos para alimentação animal, sendo um dos principais fabricantes mundiais de fertilizantes fosfatados.
A ministra ouviu do CEO da EuroChem, Vladimir Rashevskiy, planos de investimentos da empresa no Brasil para aumento da produção nacional de fertilizantes. A EuroChem é líder mundial na produção de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos.
Fonte: Ministério da Agricultura